São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996
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Disputa vira tema da sucessão municipal

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário-interino de Estado da Saúde, Luiz Barradas Barata, ironizou a decisão da prefeitura de entrar com uma ação de reintegração de posse para retomar a administração do PS do Hospital Estadual do Mandaqui.
"Apesar de não entender de direito, acredito que para alguém pedir a posse de um imóvel é preciso que seja dono desse imóvel. O PS é do Estado", disse Barata.
Barata afirma que o Estado "tinha motivos" para retomar o pronto-socorro.
Segundo ele, havia preocupação de que o plano criado pela prefeitura rejeitasse pacientes não-cadastrados.
"Eles dizem que atendem todo mundo, mas não é bem isso que acontece. Além do mais, estávamos recebendo muitas reclamações sobre o atendimento no Mandaqui", declarou Barata.
Richter rebateu esse argumento. "Estávamos atendendo todo mundo, cadastrados ou não. Posso garantir que esse argumento é infundado", afirmou.
Segundo ele, sob a administração da prefeitura, o PS do Mandaqui atendia a população de outras cidades porque isso é obrigatório.
"Nenhum PS pode negar atendimento. É crime. Apenas os casos mais graves eram transferidos para outros hospitais", disse o secretário municipal.
Segundo Barata, outro motivo para a decisão do governo tucano foi o fato de o PS do Mandaqui ser "muito complexo" em seu funcionamento.
"Ele é o único da região que tem, por exemplo, tomografia e neurocirurgia. É um local que precisa de especial atenção do Estado", declarou o secretário-interino.
Tema da sucessão
A disputa entre governo estadual e prefeitura pela administração do PS do Mandaqui foi um dos temas do debate entre os candidatos a prefeito, realizado anteontem na TV Bandeirantes.
O candidato Celso Pitta (PPB) defendeu a implantação do PAS também no pronto-socorro.
José Serra, candidato do PSDB à prefeitura, não "condenou" o plano, mas usou argumento semelhante ao de Barradas Barata para justificar a retomada do PS depois de 13 anos.

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