São Paulo, sexta-feira, 5 de julho de 1996
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Gravação chega a Maceió e volta para SP

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O delegado Cícero Torres, que preside inquérito sobre as mortes de PC Farias e de sua namorada, Suzana Marcolino, remeteu ontem para a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) a fita original com as gravações da caixa postal do celular do dentista Fernando Colleoni.
Suzana deixou mensagens em três telefonemas dados ao dentista na madrugada do dia 23, cerca de seis horas antes de seu corpo e o de PC terem sido encontrados, em Maceió.
Desde a última terça-feira, quando foi remetida pela polícia paulista para o delegado, a fita viajou quase 5.000 quilômetros entre Maceió e São Paulo para retornar para Campinas, onde serão feitos os exames.
Torres afirmou que chegou a autorizar os peritos da Unicamp a pegarem a fita diretamente com a polícia paulista, mas disse que quando eles chegaram em São Paulo ela já havia sido remetida para Maceió, via Sedex.
Identificação
Ontem, a fita voltou a ser postada nos Correios. Com a fita seguiu um requisição para que os peritos da Unicamp façam exames de identificação e de intensidade das vozes, sobre autenticidade da fita, e de verificação se houve ou não adição ou extração do conteúdo das gravações.
Torres não remeteu outras gravações das vozes de PC e de Suzana para que os peritos possam fazer comparações. Segundo ele, sua equipe estava tentando conseguir com parentes dos mortos gravações de suas vozes.
Segundo o delegado, só aparecem duas vozes na fita, "uma de homem e uma de mulher". Caso não se confirme que as vozes sejam de PC e Suzana, outras pessoas, principalmente os seguranças que estavam na casa, devem ter que passar pelo teste de comparação de vozes.
Torres afirmou que não encontrou "nenhuma contradição" nos depoimentos dos quatro seguranças que estiveram na casa de praia de PC no dia do crime.
Depoimento
O soldado PM Josemar Faustino dos Santos, o segurança que depôs ontem, voltou a descrever que os corpos foram encontrados depois que a faxineira localizou a bala no chão da sala e o furo na parede.
Santos também disse que participou do arrombamento da janela do quarto.
Depois de verem a cena do crime, Reinaldo Correia de Lima Filho, outro segurança, telefonou para o deputado Augusto Farias e comunicou sobre as mortes.
O delegado afirmou que pode colher um novo depoimento de Reinaldo Correia para que ele esclareça de qual telefone ele fez a ligação para o irmão de PC.
O delegado requereu diligências complementares para a polícia paulistana para tentar desvendar detalhes da presença de Suzana em São Paulo, nos dias que antecederam ao crime.
Detetive
Ele quer que seja colhido o depoimento da tia de Suzana, Maria José Rosembaun, na casa de quem ela se hospedou.
O delegado requereu também o relatório que o detetive particular Alceu Guimarães, contratado pelos Farias, fez sobre a passagem de Suzana por São Paulo.
O delegado afirmou que vai nomear hoje uma psicóloga para fazer o perfil psicológico de Suzana com o objetivo de saber se ela era capaz de ter cometido o suicídio depois de ter matado o namorado.

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