São Paulo, sexta-feira, 5 de julho de 1996
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Ligação de celular foi para Augusto Farias

VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

Uma série de ligações foi feita dos seis celulares que estavam na casa de Paulo César Farias entre 11h e 12h do domingo em que os corpos dele e da namorada, Suzana Marcolino, foram encontrados.
A Folha apurou que uma das ligações teve como destinatário o telefone celular do irmão de PC, deputado federal Augusto Farias.
A informação de que houve as ligações é do promotor de Justiça Lean Ferreira Araújo, que representa o Ministério Público no caso.
Ele não quis informar, entretanto, se ocorreram telefonemas antes das 11h da manhã.
O segurança Reinaldo Correa de Lima Filho disse em depoimento à polícia ter sido a primeira pessoa a entrar no quarto em que se encontravam os corpos, por volta das 11h30 do domingo. Logo em seguida teria telefonado para o celular do irmão de PC, Augusto Farias, comunicando as mortes.
Extratos telefônicos
Reinaldo disse ter utilizado um dos celulares da casa, sem especificar qual. Dos seis celulares da casa, três eram de uso dos seguranças.
As ligações foram detectadas nos extratos telefônicos de 11 telefones de pessoas mencionadas no inquérito que apura o caso, e que tiveram o sigilo telefônico quebrado por solicitação do Ministério Público Estadual.
Segundo o Procurador da República em Alagoas, Delson Lira da Fonseca, que também acompanha o caso, até ontem "não foi possível constatar nenhuma divergência entre os dados contidos na listagem e os depoimentos colhidos pela polícia".
"Nenhum dos 11 telefones está no nome do deputado Farias. Quase todos são telefones locados e estão em nomes de terceiros", disse o promotor Araújo.
Ontem à tarde ele encaminhou para o delegado Cícero Torres, que preside o inquérito, as 116 páginas fornecidas pela Telasa (companhia telefônica do Estado) com as ligações dos 11 telefones.
Foram rastreados cerca de 2.000 telefonemas, dados ou recebidos no período de 1º a 28 de junho.

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