São Paulo, sexta-feira, 5 de julho de 1996
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PM, refém e assaltante morrem em fuga

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma refém, um policial e um assaltante morreram ontem durante uma perseguição que mobilizou a polícia nas zonas norte e oeste de São Paulo.
Outras três pessoas ficaram feridas: um pedreiro que levou um tiro no pescoço, um PM que quebrou o pé e uma mulher que sofreu fratura no joelho. A polícia não sabe se foi a PM ou o ladrão que matou a refém.
Tudo começou com um roubo na empresa Union Service, no Piqueri (zona oeste). Um dos ladrões fez quatro reféns e fugiu num Gol. A PM iniciou a perseguição, que durou cerca de cinco quilômetros.
Durante a fuga, marcada por tiroteios em quatro locais diferentes, um PM foi morto e um pedreiro foi baleado acidentalmente.
O PM foi levado de helicóptero para o Hospital das Clínicas, onde morreu. O pedreiro foi operado em Pirituba e não corre risco.
Pela primeira vez, dois helicópteros foram usados de forma coordenada pela PM em uma perseguição. Enquanto um seguia o carro com os reféns, outro desembarcou policiais na provável rota do veículo para interceptá-lo.
A Corregedoria da PM abriu uma investigação para saber de onde saíram os disparos que acertaram a chefe do departamento de pessoal da empresa, Ada Coscarella. Ela era refém de um dos ladrões quando foi morta. Formada em direito, Ada trabalhava havia cerca de um ano na empresa.
A Polícia Civil também abriu inquérito e espera o exame de balística para apontar os responsáveis pelas mortes.
A Folha procurou a Secretaria da Segurança Pública, que não se manifestou sobre o assunto.
Para os funcionários da Union Service, os assaltantes eram amadores. Eles brigaram para saber quem iria escalar o muro primeiro, na hora da fuga.
Como não havia dinheiro na empresa, roubaram apenas uma carteira e um talão de cheques dos funcionários.
"Não imagino um motivo para a empresa ser assaltada. Nunca temos dinheiro no caixa", disse o gerente-geral da Union Service, Deubert Vital Bramont.
Até a noite de ontem, a polícia não havia conseguido localizar nenhum dos outros cinco participantes do roubo.
Segundo testemunhas, a polícia militar atirou indiscriminadamente no Gol onde estavam Ada, a refém, e o assaltante.
Houve pânico, e uma mulher fraturou um joelho, ao tentar se esconder dos disparos.
Após a perseguição, um helicóptero da PM percorreu os prontos-socorros e hospitais da zona norte à procura de feridos.

LEIA MAIS sobre a perseguição nas págs. 2 e 3

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