São Paulo, sexta-feira, 5 de julho de 1996 |
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Greve contra demissões pára Ford de SP
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
Eles protestam contra a demissão de grevistas por justa causa, afastamento de dois membros da comissão de fábrica e pedem participação nos lucros ou resultados. Segundo a comissão de fábrica, o sindicato e a empresa, a paralisação atinge todos os 2.500 trabalhadores da unidade da Ford. Tapeçaria A greve teve início anteontem, às 9h, primeiramente no setor de tapeçaria, com cerca de 60 trabalhadores, segundo Jacir Alves de Oliveira, o Barrabás, da comissão de fábrica da empresa. Segundo ele, a idéia do protesto era pressionar a Ford a dar abonos de participação nos lucros ao mesmo tempo que aconteciam as negociações com a empresa. À tarde, a greve se estendeu para o setor de linha leve, com mais 30 funcionários, segundo Barrabás. Como ainda estava negociando com os trabalhadores, a direção da Ford considerou a greve abusiva e demitiu 12 grevistas por justa causa. Além disso, afastou dois integrantes da comissão de fábrica por 30 dias para "apuração de falta grave", segundo a empresa. Hoje, os demais trabalhadores da empresa realizaram assembléia às 13h e decidiram, por unanimidade, aderir à greve. As negociações durante todo o dia de ontem não avançaram e hoje o diretor de relações do trabalho da Ford, Carlos Augusto Marino, volta a se reunir às 6h com os trabalhadores. Festival O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, prevê um "festival de greves" a partir de agora na sua base. "Além da âncora cambial e dos juros altos, o governo quer manter a inflação baixa às custas do arrocho salarial", disse ele. Estava parada ontem também, segundo ele, a empresa de autopeças Prestol, com 450 trabalhadores, por reajuste de 8,63% e participação nos lucros. Os metalúrgicos de São Paulo, apesar de terem data-base em novembro, estão em campanha salarial de emergência. Paulinho afirmou que as grandes categorias com data-base em novembro e dezembro -metalúrgicos, químicos, têxteis, entre outros-, da CUT e da Força Sindical, somando cerca de 3 milhões de pessoas, estudam realizar campanhas salariais unificadas. "Com o fim da reposição automática da inflação, precisamos de muita força para evitar perdas." Texto Anterior: Governo quer crédito para classe média Próximo Texto: TRT manda CBC pagar 21 dias parados Índice |
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