São Paulo, sexta-feira, 5 de julho de 1996
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Petrobrás prepara licitação para gasoduto

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobrás pretende publicar ainda neste mês os editais de licitação para a compra dos tubos e compressores que serão usados no gasoduto Brasil-Bolívia.
O superintendente do grupo executivo para viabilização do gás da Bolívia, Antônio Luiz Silva de Menezes, disse que em 20 dias os editais estarão prontos.
"Entre o final deste mês e o princípio do próximo vamos lançar os editais para compra dos tubos", disse o presidente da Petrobrás, Joel Rennó.
Serão comprados 3.000 km de tubos de aço, a um preço, possivelmente, superior a US$ 400 milhões. Os compressores deverão ser sete (US$ 7 milhões cada).
Menezes disse que a publicação dos editais depende da aprovação pela Bolívia do que está sendo feito pela Petrobrás. A empresa boliviana que participa do projeto é a YPFB (Yacimientos Petroliferos e Fiscales Bolivianos).
A Petrobrás é dona de 51% da empresa que vai construir e operar o lado brasileiro do gasoduto. A obra custará US$ 1,8 bilhão.
Pelo projeto, as principais fontes de financiamento para o gasoduto deverão ser agências internacionais de fomento, encabeçadas pelo Bird (Banco Mundial).
Menezes afirmou que só essas agências têm condições de financiamento capazes de viabilizar o projeto. No início, o Bird disse que só financiaria se o projeto tivesse controle privado. Segundo Menezes, este obstáculo já foi superado.
Origem do crédito
A Petrobrás e seus sócios esperam obter US$ 800 milhões do Bird, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Eximbank dos EUA e Eximbank do Japão. Os Eximbanks financiam o comércio exterior. Pela proposta, 60% do total viriam do Bird e do BID e 40% dos Eximbanks.
Menezes disse que parte dos recursos poderá sair também da Coordenação Andina de Fomento, agência que atua, basicamente, nos países do Pacto Andino.
O superintendente disse que o prazo para o fechamento dos financiamentos é março de 97, mas que espera antecipar o prazo.
Segundo ele, essa expectativa decorre do conhecimento que os técnicos dos bancos já têm dos detalhes do projeto, especialmente nos aspectos ambientais, que são decisivos para obtenção dos recursos.
Pelo esquema financeiro montado, o projeto do gasoduto deverá captar US$ 200 milhões de agências de financiamento nacionais, principalmente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Os outros US$ 800 milhões deverão sair de recursos próprios das empresas participantes, sendo US$ 500 milhões da Petrobrás.
A construção deverá levar 18 meses. Ele irá de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, a Porto Alegre, passando por Mato Grosso, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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