São Paulo, sexta-feira, 5 de julho de 1996
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Havelange recupera o poder na Fifa

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Federação Internacional de Futebol Association (Fifa), João Havelange, saiu fortalecido ontem do 50º Congresso da entidade.
O congresso aprovou as propostas de interesse de Havelange e bloqueou as da oposição, comandada pelo presidente da União Européia de Futebol (Uefa), o sueco Lennart Johansson.
No final, Havelange anunciou a distribuição de US$ 1 milhão para cada uma das 198 confederações filiadas, incluindo as seis que foram admitidas anteontem: Andorra e Bósnia-Herzegóvina (Europa), Guam (território dos EUA na Oceania), e Ilhas Virgens Britânicas, Montserrat e Anguilla (colônias britânicas no Caribe).
Os europeus protestaram contra a medida, acusando o brasileiro de agir com interesse eleitoreiro. Se em 1998 ele achar que tem chances de vencer, Havelange será candidato ao sétimo mandato.
Mais aliados
A primeira vitória do dirigente foi o aumento do número de vagas do Comitê Executivo de 21 para 24. A confederação da Oceania passou a ter um representante e as de África e Ásia, quatro cada.
Os três novos membros são de regiões aliadas de Havelange.
Havelange tem um assento e a Concacaf, três. Os europeus (oito cadeiras) e sul-americanos (três), tradicionais aliados, não têm mais em conjunto a maioria.
O comitê é o órgão que decide sobre algumas das questões mais importantes da entidade, como o local das Copas do Mundo. Na última reunião, decidiu, num acordo costurado por Johansson, dividir a sede da Copa 2002 entre Japão e Coréia do Sul.
Oposição perde
Mas, na reunião de ontem, Johansson só perdeu. Foi derrotada por 129 a 40 a proposta alemã de dar maior autonomia às federações nacionais em relação às regras do esporte.
Em 1994, a federação alemã anulou um jogo do campeonato nacional vencido pelo Bayern de Munique ao constatar pela TV que no único gol do jogo a bola não havia entrado. A decisão irritou a Fifa.
A Escócia, que pretendia limitar a 70 anos a idade dos membros do comitê a partir de 1998, retirou a proposta antes mesmo da votação. A proposta significava a saída de Havelange, que tem 79 anos.
A Argentina também teve derrotada a proposta de flexibilizar a proibição de um jogador poder atuar por seleções de países diferentes.
A Argentina queria que isso fosse permitido desde que o jogador ficasse fora da seleção por oito anos. O plano argentino era convocar o goleiro Navarro Montoya (Boca Juniors), nascido na Colômbia.

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