São Paulo, domingo, 7 de julho de 1996 |
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Segredo pode estar com irmão
DA REPORTAGEM LOCAL Augusto Farias, um dos oito irmãos de Paulo César Farias, é o suspeito número um de ser o guardião do segredo das contas no exterior, segundo a Polícia Federal.Dois bons motivos apontam para Augusto, segundo um delegado: 1) O nome dele não aparece uma única vez ligado a acusações nas 270 mil páginas dos 121 inquéritos abertos para apurar o esquema PC; 2) É deputado federal e tem imunidade parlamentar; portanto, é mais difícil investigá-lo. O sucessor O fato de não haver acusações contra o deputado nos inquéritos da PF seria um indício de que o clã preservou Augusto para ser o sucessor de PC nos negócios. Dias após a morte do tesoureiro de Collor, Augusto foi escolhido pelos irmãos para ocupar o papel que era desempenhado por PC. Dois dos irmãos que participaram da escolha de Augusto foram indiciados nos inquéritos do esquema PC: Luiz Romero Cavalcante Farias e Carlos Gilberto Cavalcante Farias. Por causa desses percalços, não seriam os depositários do segredo. Delegados da PF também incluem na lista dos suspeitos de conhecer o segredo das contas o francês Guy des Longchamps e o argentino Jorge La Salvia. Longchamps conhecia PC desde a década passada e é apontado como o administrador do dinheiro do tesoureiro de Collor na Europa. Quando vivia em Paris, foi acusado de legalizar dinheiro do narcotráfico. A acusação nunca foi comprovada. La Salvia é suspeito de fornecer dinheiro para PC durante sua fuga. Seria também assessor financeiro do empresário alagoano. A PF em São Paulo chegou a revistar um jatinho em que La Salvia voava em busca de dólares, mas saiu de mãos abanando. Repatriamento É muito remota a hipótese de que o dinheiro que PC teria no exterior venha a ser repatriado um dia. A primeira condição para que isso ocorra é que haja uma sentença judicial condenatória. A segunda, é que o fato que levou à condenação também seja crime no país em que está o dinheiro. Como evasão de divisas não é crime em paraísos fiscais, o repatriamento é raro. Como contraponto, a Justiça suíça, cada vez mais, considera a hipótese de repatriamento quando o dinheiro é oriundo de corrupção. Texto Anterior: PC guardou "herança" de US$ 400 mi, diz delegado Próximo Texto: Pelo menos US$ 18 mi são legais Índice |
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