São Paulo, domingo, 7 de julho de 1996
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Pelo menos US$ 18 mi são legais

DA REPORTAGEM LOCAL

O patrimônio legalizado de Paulo César Farias totaliza, pelo menos, R$ 18 milhões.
Esse número não chega a 5% do que, segundo estima a PF, pode ser a fortuna de PC no exterior. Para efeito de comparação, US$ 18 milhões é o mínimo que o jogador de basquete norte-americano Michel Jordan aceitará receber por apenas um ano para renovar seu contrato com o Chicago Bulls.
A Folha chegou a esse valor após um levantamento detalhado dos bens declarados por PC à Receita Federal, em 1993, e do patrimônio do empresário que foi arrestado por ordem da Justiça.
Os valores dos bens foram corrigidos monetariamente, e os imóveis foram avaliados por especialistas do mercado imobiliário em São Paulo, Brasília e Maceió.
Empresas como a Gráfica e Editora Tribuna, que foi declarada ao Fisco pelo valor de R$ 444 mil em 93, hoje valem, pelo menos, R$ 3 milhões (investimentos em máquinas e instalações).
Essa variação do capital das empresas pode explicar ao menos parte da diferença entre o levantamento feito pela Folha e a estimativa feita pela família de PC.
Os Farias calculam que o patrimônio do irmão está entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões. Para saber o tamanho da herança, contrataram advogados e contadores.
Depois das empresas, os mais valiosos bens de PC eram imóveis. Destaca-se o conjunto de salas no edifício Terra Brasilis, no Brooklin, em São Paulo.
O empresário possuía três andares no prédio de escritórios que, por suas linhas arrojadas, já serviu até de cenário para novela de TV. Os conjuntos do 16º ao 18º andares estão avaliados em R$ 2,1 milhões.
As salas foram anunciadas para locação, em março, por R$ 7 mil ao mês por andar. O anúncio foi feito por Caio Ferraz, o mesmo que contratou os detetives que seguiram Suzana Marcolino em São Paulo até a véspera do crime.
Ainda em São Paulo, o ex-tesoureiro de Collor era dono de um apartamento de quatro suítes no Morumbi e outro no luxuoso flat Royal Vitória Place, no Itaim.
O diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio, Luiz Antônio Pompéia, avalia que esses imóveis valham R$ 700 mil e R$ 230 mil, respectivamente.
PC era dono de mais de dez imóveis em Brasília e Maceió, além de cinco carros (dois importados).

Colaborou a Sucursal de Brasília

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