São Paulo, domingo, 7 de julho de 1996
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Morte de PC continua envolta em mistério

DO ENVIADO ESPECIAL A MACEIÓ

A trama da morte do empresário Paulo César Farias e a sua namorada Suzana Marcolino da Silva ganhou ainda mais suspense. Na terça-feira, os corpos dos dois foram exumados no cemitério Parque das Flores, mas o mistério sobre o crime continuou.
A última semana foi marcada também pelo ingresso de novos personagens nas investigações.
A versão de crime passional, fortalecida com a revelação da outra namorada de PC, Cláudia Dantas, predominou, mas teve pela frente os sobressaltos provocado por versões até o momento ignoradas pela polícia de Alagoas.
O empresário e Suzana foram encontrados mortos, na cama do casal, na casa de praia de Guaxuma (Alagoas) há duas semanas.
Para tentar encontrar a chave do mistério, esteve em Maceió o perito Fortunato Badan Palhares, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Ele veio a convite do governo de Alagoas e do Ministério da Justiça.
Durante três dias, Palhares visitou o local do crime, exumou os corpos, ouviu depoimentos, colheu restos de objetos da cena do crime e levou consigo para Campinas o suspense que deixa o país em clima de final de novela das oito.
O resultado final do trabalho do perito da Unicamp deve sair até o final deste mês. É mais suspense para a trama.
Palhares deixou Alagoas com diplomacia: elogiou o trabalho do delegado Cícero Torres, que aposta na tese de crime passional -Suzana teria matado PC e cometido suicídio na sequência.
Mal o legista partiu, na quarta-feira, entrou na cena do crime um delegado da Polícia Federal apelidado por seus colegas de "cão farejador". Assim é chamado Pedro Berwanger, devido às suas atuações em casos enigmáticos.
O delegado reconstituiu os últimos passos de PC na cidade, ouviu depoimentos, checou uma série de álibis e levou consigo, para o Rio, onde atua, muitas perguntas ainda sem respostas para o crime.
Além da motivação do crime, havia outro interesse nas ações da PF: aproveitar a quebra de sigilo telefônico da família Farias para tentar rastrear negócios de PC e possíveis conexões com o Collorgate.
Antes de deixar Maceió, na sexta, Berwanger também elogiou o trabalho da polícia alagoana.
Tudo estaria muito tranquilo caso não surgissem, no mesmo dia, a versão de que PC não havia sido morto na cama.
Mais: o corpo do empresário teria sido visto sendo carregado na varanda da casa, na manhã do dia 23. O cenário do crime, caso esta versão faça sentido, passa a figurar como uma "montagem".
Um homem que caminhava na praia naquela manhã teria contado tudo a um amigo radioamador da cidade de Itabuna (BA). Daí o aparecimento da versão.

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