São Paulo, domingo, 7 de julho de 1996 |
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Sucesso muda 'bons modos' na Internet
MAURICIO STYCER
Espalhados pelo mundo, eles são incapazes de se ver ou ouvir, mas conseguem "conversar" através de computadores fazendo uso de códigos próprios, a chamada "netiqueta", e símbolos, apelidados de "emoticons". Uma das regras fundamentais de usuários da Internet é jamais deixar de responder a uma mensagem enviada por correio eletrônico (veja glossário na página ao lado). É muito fácil -e não custa nada, além do que já se paga pelo uso da Internet- enviar uma mensagem através do computador. Mas algumas pessoas famosas ou instituições chegam a receber 200, 300 e-mails por dia -e não conseguem mais responder a todos, desrespeitando a "netiqueta". Publicidade Outro problema hoje é o uso do correio eletrônico para envio de publicidade. Não há nenhuma regra de etiqueta a respeito disso. A discussão gira em torno de duas questões: É falta de educação enviar publicidade não solicitada pelo correio eletrônico? Regular o envio de publicidade não seria atentar contra a total liberdade de expressão que existe na rede? "Querem me enviar publicidade? Enviem. Agora, vão ouvir em resposta o que eu penso sobre a empresa que me enviou o anúncio", disse à Folha o professor de retórica em uma universidade no Minnesota (EUA) M. C. Morgan, autor de um guia de "netiqueta". Inglês A Internet foi criada nos EUA no fim dos anos 60. Os americanos representam hoje o maior contingente de usuários, e, não por acaso, o inglês é a língua mais falada. "A Internet reflete a cultura de quem a usa. A rede é usada em grande parte por norte-americanos, com suas visões etnocêntricas. Por isso, é preciso combater os 'americanismos"', diz o executivo norte-americano Lee Levitt, autor de um texto sobre "netiqueta". Mesmo sobre esse ponto não há consenso: "A Internet tende a esconder a cultura. Isso pode ser visto de forma negativa, mas considero positivo porque acaba reunindo em conversas pessoas de diferentes formações e origens", diz o técnico em computação Gene Wicker, autor de um guia de etiqueta. A reportagem enviou um questionário por correio eletrônico a 14 pessoas que já escreveram sobre "netiqueta" e mantém documentos na rede. Oito responderam -e seis desrespeitaram uma das regras da própria "netiqueta". "A melhor maneira de descobrir quais são as regras da Internet é desrespeitando-as", ensina o "teórico" Jay Goodwin. Texto Anterior: OMS quer preço alto para reduzir consumo Próximo Texto: Como 'conversar' de forma educada na Internet Índice |
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