São Paulo, domingo, 7 de julho de 1996
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Uso da máquina contaminou a eleição

DANIEL BRAMATTI
DE BUENOS AIRES

O uso da máquina pública contaminou a campanha da primeira eleição direta para a Prefeitura de Buenos Aires. Mesmo assim, o prefeito Jorge Domínguez (peronista) não conseguiu ir além do terceiro lugar na disputa.
Aliado do presidente Carlos Menem, Domínguez deu um banho de luz, tinta e asfalto na cidade.
O que a oposição chamou de "maquiagem" começou pelo obelisco da Avenida 9 de Julho, "remoçado" no fim de maio, ao fazer 60 anos. A reinauguração da obra contou com os tradicionais bumbos dos militantes peronistas, que saudaram o candidato à reeleição.
Outro trunfo guardado para o final da campanha foi a reforma do Rosedal de Palermo, parque que estava praticamente abandonado.
O Monumento aos Espanhóis, na Avenida Libertador, recebeu limpeza geral, patrocinada por uma fábrica de detergentes. Especialistas alertaram para o estrago que o produto poderia causar.
Domínguez também reivindicou para si uma série de obras feitas pela iniciativa privada.
Vencedor
O advogado Fernando de la Rúa, 58, se vangloria de nunca ter perdido uma eleição em Buenos Aires. Além da prefeitura, conquistada no último domingo, ele ganhou por três vezes a cadeira de senador pela capital, em 1973, 1983 e 1992.
Mas nem só de vitórias é formada sua biografia. Em 1983, De la Rúa viu frustrada a intenção de disputar a Presidência da República, ao perder o duelo interno na UCR (União Cívica Radical) para Raúl Alfonsín -que foi eleito.
Passados 13 anos, eles continuam se tratando como adversários. Os dois podem voltar a se enfrentar em 1999, na eleição presidencial. Pesquisa indica que 53% dos eleitores consideram De la Rúa o melhor candidato a presidente da UCR.

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