São Paulo, domingo, 7 de julho de 1996 |
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BC EM DÉBITO O correto argumento de que cabe ao Banco Central zelar pela estabilidade do sistema financeiro não justifica a falta de transparência no processo de socorro aos bancos em dificuldades. O relatório final do BC, enviado nesta quinta-feira à Justiça de Minas Gerais, revê o rombo patrimonial do Banco Nacional para R$ 7,5 bilhões, nada menos que R$ 2,9 bilhões a mais que o valor anunciado quando da decretação de intervenção. Trata-se de mais um fato obscuro, em uma série de eventos sobre os quais já havia pouca luz. Haverá apenas correntistas entre os credores desse rombo? Qual a extensão daquilo que não passa de fantasia contábil? Até onde o Estado estará obrigado a assumir ativos "podres"? Por que cresceu a previsão de prejuízo? À medida que houve fraude, parece improvável recuperar até mesmo parte desse ônus. Qual o custo estimado para o erário dessa perda? Quanto se vai receber em moedas podres como garantia para empréstimos em moeda corrente? São perguntas ainda sem resposta. A constatação de enormes fraudes, as sucessivas revisões nos dados e a escassez de informação sobre o que de fato está ocorrendo no Proer deixa, ademais, uma desconfortável impressão para a opinião pública. É demagógica a oposição ao Proer que procura ignorar as terríveis consequências de uma crise bancária. Mas é também inaceitável a falta de transparência sobre uma questão que, afinal, envolve recursos públicos na casa dos bilhões de reais. É uma situação grave. E o Banco Central deve explicações. Texto Anterior: REPENSAR O DÉFICIT PÚBLICO Próximo Texto: CAOS ALIMENTAR Índice |
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