São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 1996
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CUT anuncia ajuda a invasões de terra

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

João Vaccari Neto, secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores), disse ontem que a partir de 25 de julho a entidade vai ajudar 7.000 famílias de trabalhadores sem-terra, em vários pontos do Brasil, a invadir terras improdutivas.
Vaccari afirmou que o apoio às invasões faz parte do plano de mobilização da entidade para os próximos 90 dias.
Vinte e cinco de julho foi escolhido, segundo Vaccari, porque é o Dia do Trabalhador Rural.
O plano foi aprovado em reunião da Executiva Nacional da CUT, em São Paulo, anteontem e ontem, com a presença de 25 dirigentes da entidade.
Como parte da mobilização, a executiva também recomendará a todos os sindicatos filiados à CUT que a partir do próximo dia 15 façam manifestações por categoria e por fábrica em defesa do emprego e da recuperação do salário.
Greves e passeatas
"Poderão ser feitas greves, passeatas, ou outras formas de mobilização a serem decididas pelos sindicatos", afirmou Vaccari.
A CUT dará continuidade à sua "ação institucional": "Estaremos no Congresso, debatendo nossas teses em contraposição às reformas neoliberais de Fernando Henrique Cardoso".
Vaccari não quis revelar os locais em que a CUT dará apoio às invasões e afirmou que a atuação da central sindical entre os sem-terra não é novidade.
"Há 15 anos participamos da discussão e da luta pela reforma agrária. Sempre fomos solidários com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)", disse.
"Dezenas de ocupações no país, entre as quais Corumbiara, foram feitas por sindicatos rurais filiados à CUT."
Comemoração
Além de organizar e apoiar invasões e assentamentos, a CUT promoverá o debate em torno da política agrária, segundo seu secretário-geral.
"Faremos o que sempre fizemos: levantar a tese da reforma agrária para democratizar o acesso à terra e distribuir a renda", disse Vaccari.
Na comemoração do 25 de julho estão previstas manifestações como ocupação de rodovias, passeatas e concentração em frente a agências bancárias.
"O objetivo é pedir financiamento, escola e saúde para o pequeno proprietário, o agricultor familiar", afirmou Vaccari.

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