São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 1996
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Mercado teme por prejuízos

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro temia, mas não contava com a aprovação da CPMF pela Câmara.
A notícia irritou Alfredo Neves Penteado de Moraes, diretor da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), e Joel Korn, presidente do Bank of America no Brasil.
Para os banqueiros e analistas de mercado, o novo imposto será péssimo: vai aumentar os juros, afetar o rendimento das aplicações financeiras e jogar lenha na "fogueirinha" da inflação do Real. E, no limite, poderá dificultar ainda mais a situação de bancos com problemas de caixa.
"Fiquei surpreso. Dependendo das regras da CPMF, a liquidez do mercado (giro do dinheiro) irá ficar ainda pior. Bancos em dificuldades financeiras poderão necessitar de um maior auxílio do Banco Central", disse Moraes.
Segundo ele, o impacto da CPMF na inflação será de 1,2% ao ano -seis vezes a alíquota de 0,2%.
O Bank of America, que projetava uma inflação da ordem de 13% este ano, elevou a estimativa para 14%. Mesmo que ela entre em vigor em 90 dias, haverá estrago."O imposto tem um fator psicológico muito grande. As empresas têm que se prevenir contra aumentos de custos. Se puderem repassar, irão fazê-lo", afirmou Korn.

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