São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 1996
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Parecer relata problemas

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A principal crítica às classes de aceleração é que o programa ataca o "sintoma" -a defasagem etária dos alunos por série-, mas não a "doença" -que estaria levando tantos alunos a repetir de ano.
O parecer do Conselho Estadual de Educação -que aprovou as classes- aponta, além desse problema, que essas classes, por serem isoladas, podem ficar marcadas pejorativamente.
O parecer aponta ainda que deveria haver remuneração específica para os professores, que não pode haver uma redução dos conteúdos e que a aprovação dos alunos não deve ser "benevolente".
"A princípio, a gente poderia considerar como uma medida salutar", afirma a presidente da Apase (o sindicato dos supervisores de ensino), Maria Antonia Vedovato.
"Mas, se formos analisar mais profundamente, entendemos (as classes de aceleração) como uma medida paliativa. É o sistema educacional que está com problemas."
O diretor da Apeoesp (sindicato de professores da rede) Paulo Cesar Pinheiro é da mesma opinião: "Como pode haver um processo de aceleração se o que causou a defasagem não foi resolvido?"
"A escola vai continuar rígida, presa a conteúdos iguais, a uma seriação que se parece com uma linha de montagem", diz o chefe do departamento de metodologia do ensino da Universidade de São Paulo, Nilson Machado.
(FR)

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