São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 1996
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Alpargatas foi bem-sucedida

FREDERICO VASCONCELOS
EDITOR DO PAINEL S/A

A São Paulo Alpargatas é considerada a empresa que soube fazer o dever de casa. Mais exposta à concorrência (produz calçados e têxteis), passou por uma revolução interna.
"Muitas pessoas tiveram dificuldade de entender", diz Diego Bush, presidente do conselho de administração.
"Os primeiros resultados da mudança foram muito negativos. Fechamos várias fábricas, partimos para a terceirização, para enxugar a estrutura", diz Bush.
Nos anos 80, quando surgia algum problema, a Alpargatas reagia abrindo uma nova fábrica, produzindo mais. Antes do Plano Collor, o diagnóstico interno indicava que, num cenário de abertura e estabilidade, a empresa teria que ganhar na lucratividade, não no volume. A concorrência não podia mais ser baseada em preço.
A Alpargatas enfrentou a competição desigual do mercado informal. Os índices mostravam que a empresa não estava ganhando na relação vendas por empregado.
O grupo reduziu o número de empresas, de 22 para 10, e de 20 para 14 o de fábricas. Os diretores foram reduzidos de sete para três. Nos últimos cinco anos, a Alpargatas cortou 55% dos custos fixos.
Francisco Morales Céspede, diretor de administração e finanças da Alpargatas, diz que o endividamento caiu de US$ 50 milhões para US$ 2 milhões.
"A fusão com a Santista nos colocou no negócio competindo com os melhores do mundo", diz Bush. "É uma situação invejável, que nos deixa mais protegidos para enfrentar importações a qualquer preço", diz.
(FV)

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