São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 1996
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Trabalhadores da Mercedes param

Sindicato teme 400 demissões

DA FOLHA SUDESTE; DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de mil trabalhadores da linha de produção da Mercedes-Benz em Campinas (99 km a noroeste de São Paulo) paralisaram ontem suas atividades.
Eles devem retornar ao trabalho hoje, mas vão ficar em estado de greve. Os trabalhadores protestam contra possíveis demissões e redução de benefícios.
Os ânimos se acirraram quando uma reunião com a direção da empresa, marcada para ontem, foi adiada. Segundo a Mercedes-Benz, o encontro foi cancelado pela falta de diretores em Campinas.
No início deste ano, cerca de 2.000 trabalhadores foram demitidos sem que houvesse negociação prévia com sindicalistas.
Os trabalhadores temem 400 novas demissões, com a completa desativação da linha de montagem de ônibus. A fábrica, com 1.960 funcionários, deve ser desativada até o final do ano. A Mercedes-Benz não confirmou as demissões.
Na reunião, seriam discutidos também o transporte dos funcionários, o aumento no preço da alimentação e a redução do abono de férias, de 50% do salário para 33%.
Ford contrata
A Ford anunciou ontem que está contratando 100 metalúrgicos, por prazo determinado -até o final do ano- em sua fábrica do Ipiranga (zona sul da cidade de São Paulo), com 2.500 trabalhadores.
"Talvez o mercado se sustente e nós mantenhamos os novos trabalhadores em nossos quadros", disse Carlos Augusto Marino, diretor de relações trabalhistas da Ford.
A empresa está transferindo a produção de caminhões antes feita em unidade na Argentina para a fábrica no Ipiranga. Com isso, terá de produzir 180 caminhões por dia. Hoje, produz 120.
Além disso, a produção da picape F-1.000 terá de ser elevada de 400 unidades por mês para 1.000, devido a aumento de vendas, afirmou Marino. "Os próprios funcionários da empresa vão indicar nomes para as contratações. Não abriremos concurso", disse.

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