São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 1996
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Advogado questiona competência

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

O advogado do Banco Nacional, Sérgio Bermudes, disse ontem que, se a Justiça de Minas Gerais tomar alguma medida de arresto de bens do banco, entrará com uma ação para "arguir a competência do juízo mineiro".
O Ministério Público de Minas disse ontem que é "inevitável" que o pedido de arresto de bens seja encaminhado à Justiça.
Segundo Bermudes, a Justiça de Minas não tem a competência para fazer a ação.
O advogado argumenta que os crimes cíveis deveriam ter como local de exame judicial o "principal estabelecimento da empresa e não a sede estatutária".
Bermudes afirmou que o Nacional, apesar de, pelos estatutos, ter sede em Minas, possui seu principal estabelecimento no Rio. "Por isso, a ação teria que ser proposta no foro aqui no Rio", argumentou.
Relatório
A ação está sendo proposta em Minas porque o BC (Banco Central) enviou à Justiça do Estado o relatório da comissão de investigação do Nacional, que concluiu que o rombo do banco é de cerca de R$ 7,5 bilhões.
Bermudes tem criticado a ação do BC no caso. Quando a Folha divulgou as conclusões do relatório, na semana passada, ele disse que o banco trabalhava com "leviandade".
O advogado da família Magalhães Pinto chegou a dizer que o BC estaria envolvido "até a alma" no caso do Nacional, mas não especificou qual seria esse envolvimento. Para ele, o BC deveria cumprir sua função de fiscalizar o mercado.
As investigações sobre o Nacional começaram quando foi decretado o Raet (Regime de Administração Especial Temporária) do BC, no final de 95.
A principal parte da investigação é saber como funcionavam 652 contas correntes utilizadas para fazer operações de créditos fictícios, que chegaram a atingir R$ 5,5 bilhões.

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