São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 1996
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'Avaliação precisa incluir informática'

Reitor defende novo critério para Capes

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O reitor da USP (Universidade de São Paulo), Flavio Fava de Moraes, 58, defendeu ontem que as avaliações da pós-graduação brasileira devem passar a analisar também a integração dos cursos em redes internacionais de computador, como a Internet.
"Há alguns anos, quando se fazia a vistoria dos cursos, a gente observava quantos livros tinha na biblioteca. Hoje, a questão é se os departamentos estão integrados em redes informatizadas para troca de dados com o mundo."
Fava considerou "excepcional" o desempenho da pós-graduação da USP na última avaliação conduzida pela Capes (Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), cujos resultados foram divulgados semana passada.
A universidade tem 57% dos mestrados e 56% dos doutorados com nota A. A média brasileira de notas A no doutorado é 51%.
"Na avaliação anterior, tínhamos 95% dos cursos com nota A ou B, a grande maioria manteve o conceito e uma boa quantidade melhorou", disse o reitor.

Aperfeiçoamento Para Fava, a avaliação da pós-graduação "não pode mais ser generalista". Segundo ele, "tem que começar a diferenciar as peculiaridades das áreas mais universais de outras áreas com singularidades regionais".
Uma área como química ou biologia, por exemplo, poderia ser avaliada com indicadores internacionais, mas áreas como artes e humanidades "não podem ser colocadas no mesmo saco".
"As avaliações têm que aperfeiçoadas continuamente para serem contemporâneas", diz.
Embora defenda a integração da universidade em redes de computador, Fava diz que isso coloca novos problemas: primeiro, os pós-graduandos devem saber se comunicar em inglês; segundo, há um risco maior de "colonização cultural".
(FR)

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