São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 1996
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Procuradoria do AC pede intervenção no Estado

ANDRÉA DE LIMA*

ANDRÉA DE LIMA; ANDRÉ MUGGIATI
DA AGÊNCIA FOLHA

A Procuradoria da República do Acre enviou ontem ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, um segundo pedido de intervenção federal no Estado.
Existe a suspeita de que PMs tenham envolvimento com extermínio, por meio da COE (Companhia de Operações Especiais), criada em janeiro pelo ex-comandante da PM Aureliano Pascoal.
Os procuradores Franklin Rodrigues da Costa, Luiz Francisco de Souza e Sérgio Medeiros dizem que, entre as ações comandadas pela COE, está a "caça" ao suspeito pelo assassinato do vereador e subtenente da PM Itamar Pascoal, primo do ex-comandante.
Ele foi morto em 30 de junho, em Senador Guiomar, próximo a Rio Branco. O procurador Franklin Costa disse que milhares de cartazes foram distribuídos em Rio Branco oferecendo recompensa de R$ 50 mil por informações sobre o assassino do ex-vereador.
O coronel reformado da PM e deputado estadual Hildebrando Pascoal (PFL), irmão de Itamar, disse à Agência Folha que mandou confeccionar os cartazes.
"Testemunhas do crime apontaram José Hugo Alves Jr. ou José Hugo Fonseca Jr., de Pernambuco, com várias passagens pela polícia por assaltos a banco e homicídios, como o autor do crime", disse.
Nos cartazes constam os dois nomes e o número do telefone do deputado. Segundo a Procuradoria da República, o deputado violou o Código Penal ao pedir informações sobre um suspeito de crime, o que deve ser feito pelo Estado.
O deputado nega as acusações da Procuradoria da República de que policiais militares ligados à sua família estejam envolvidos com grupos de extermínio. "Esses procuradores são levianos. Essa acusação não procede. Eles ofendem a dignidade de nossa família."
O ex-comandante da PM Aureliano Pascoal não foi encontrado pela Agência Folha ontem. O atual comandante, Gilvan Vasconcelos, disse ontem que a COE será mantida, apesar das suspeitas.
O assessor de comunicação do governo do Acre, Luís Edmundo Monteiro, afirmou que não há possibilidade de intervenção federal no Estado.

*Colaborou André Muggiati

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