São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 1996
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Distribuição causa polêmica no Chile

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Chile e o Banco Mundial não se entendem quanto à medida da distribuição de renda no país. Um estudo do Banco coloca o Chile como um dos países com pior distribuição de renda. Um índice inferior a 0,45 é considerado bom, mas o país obteve 0,56, ficando ao lado do Zimbábue, Panamá e Egito, ficando atrás do Senegal. Na América do Sul, apenas o Brasil ficou com índice pior, 0,6. O ministro da Fazenda chileno, Eduardo Aninat, afirmou que a desigualdade no Chile é "estrutural e histórica", sendo resultado tanto das imperfeições tanto do modelo econômico quanto da democracia. De acordo com o relatório, os 20% mais ricos têm uma participação de 61% na renda nacional. Para Aninat, essa participação é de 56%. Os mais pobres representam 28% da população. A vice-presidente do Banco, Nancy Birdsall, afirmou que o Chile é a "jóia" da América Latina, crescendo há 12 anos, mas que a desigualdade é persistente. O Banco deve divulgar nos próximos meses um estudo mais detalhado sobre a distribuição de renda no Chile. Mais da metade dos chilenos (55%) considera o atual modelo econômico injusto e comparável ao da ditadura militar, segundo uma pesquisa de opinião divulgada ontem pelo Centro de Estudos da Realidade Contemporânea.

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