São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 1996 |
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Portugueses da José Maria se destacam
JORGE CARRARA
Inovador, Fonseca melhorou a produção de uvas, implementando uma rudimentar mecanização dos seus vinhedos e dotando sua adega com uma moderna linha de engarrafamento. Na metade do século 19, contratou um especialista para dar atenção à elaboração e escolha das rolhas, um tema que apenas nos últimos anos, no embalo da era da qualidade, tem preocupado as vinícolas. A firma foi também pioneira no esforço de exportação. Já em 1890, um dos seus carros-chefes, o Moscatel de Setúbal, era familiar aos apreciadores do Brasil. É por esse perfumado vinho licoroso e por vinhos de mesa de boa qualidade e preço em conta -como o Periquita- que a JMF é mais conhecida no país. Mas hoje ela -que estendeu os seus domínios a outras regiões- produz também uma bela coleção de vinhos de ponta que acabam de pousar no país. Entre eles estão os tintos "Garrafeira", identificados -peculiarmente- com as siglas "CO" (por ser clarificado com ovo) ou "RA" (da região de Algeruz). Brilha nesta ala o Garrefeira "VB" (Vinho da Bairrada) safra 88, um tinto denso de aroma sério e um pouco atípico para a região, mas que recupera no paladar -pleno de fruta concentrada e taninos firmes- os traços clássicos de um bom Bairrada. Outro bom exemplar é o José de Sousa Tinto Velho 92, que tem bom corpo e, apesar do nome, se mostra vivaz, com fruta bem mesclada com madeira. O destaque do desembarque fica com o D'Avillez 90, um tinto de Portalegre (Alentejo). Ele tem corpo médio, aroma complexo (cereja, framboesa, resina, baunilha), paladar redondo, e, sobretudo, elegante. Texto Anterior: Cultura persa preza o prato Próximo Texto: La Tartine atrai com bom preço Índice |
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