São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996 |
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Brasil cobra avanço da paz em Angola
CLÓVIS ROSSI
"O que vamos dizer aos angolanos é que não se pode esperar que as forças brasileiras e da ONU fiquem indefinidamente em Angola", antecipou ontem o chanceler Luiz Felipe Lampreia. As tropas brasileiras fazem parte de um contingente da ONU que tenta implementar a paz entre o governo e o grupo rebelde Unita (União Nacional pela Independência Total de Angola). A ONU já prorrogou duas vezes o mandato de seu contingente. Lampreia reconhece progressos nas negociações, mas diz que "o Brasil se preocupa muito com o fato de que o processo não avançou como se poderia esperar". Lampreia conversará com o chanceler angolano hoje. É possível que haja também um encontro entre FHC e seu colega José Eduardo dos Santos. Em outra área internacional, o Timor Leste, a cobrança será sobre o governo brasileiro. Trata-se de uma antiga possessão portuguesa na Ásia, ocupada pela Indonésia, em 1975, sob permanente pressão da fragmentada resistência timorense, parte dela favorável à anexação à Indonésia, parte pró-independência. Seis representantes da resistência se reunirão hoje com os governantes da CPLP e pretendem cobrar do Brasil uma posição mais clara de repúdio à ocupação da Indonésia. A resistência diz que a tímida posição brasileira se deve aos negócios mantidos entre o Brasil e a Indonésia. O Itamaraty preparou nota explicativa em que menciona três pontos: 1) o Brasil sempre apoiou resoluções da ONU condenando a invasão da Indonésia; 2) chegou a co-patrocinar resoluções condenando as violações aos direitos humanos na região; e 3) trabalha por um processo de diálogo entre a Indonésia e Portugal. Texto Anterior: Itamar deixa embaixada 'atirando' Próximo Texto: Governo quer punir fraude em fundos Índice |
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