São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996 |
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Funai pode pedir novo inquérito Advogado acompanha investigação ANDRÉ MUGGIATI
O advogado irá acompanhar os depoimentos de índios que assistiram ao confronto ocorrido no último domingo. Um índio chanenawá foi morto e dois ficaram gravemente feridos no confronto. "Dependendo do andamento das investigações poderemos pedir, junto à Procuradoria da República, a abertura de inquérito federal", disse Sousa. O pedido de inquérito federal pode ser embasado no fato de os índios terem direito à defesa pela Procuradoria da República. O confronto aconteceu em uma praia do rio Envira, quando o índio Raimundo Silvino pegou no colo o menino Rafael Matias, 9, que acompanhava as famílias dos PMs Rossini José de Moura e José Nivaldo Monteiro de Araujo. Tiro na cabeça De acordo com o relato de testemunhas à polícia, Moura teria pensado que o índio estava agredindo o garoto. O soldado teria discutido com o índio e dado um tiro na cabeça dele. Em seguida, teria atirado nas costas dos índios José Nicolau Brandão e José Augustinho Brandão. Os dois foram internados em estado grave no Hospital de Base de Rio Branco. O menino é filho de Dagmar Benedita Matias, missionária do Conselho Indigenista Missionário, e conhecia os índios. No final da tarde de anteontem, os dois índios feridos foram transferidos para a Casa do Índio, em Rio Branco, mas, na manhã de ontem, foram levados de volta para o Hospital de Base. O administrador da Funai em Rio Branco, Erasmo Belucci, e o diretor do Hospital de Base, José Francisco de Sales, disseram não saber o motivo da transferência para a Casa do Índio. "É um absurdo, porque a Casa do Índio não tem condições de cuidar de um doente ferido a bala, em estado grave", disse Belucci. A Casa do Índio é o órgão da Funai responsável pelo atendimento médico. Os índios foram levados de volta ao Hospital de Base porque José Nicolau passou mal. Texto Anterior: Garimpeiro bloqueia estrada, afirma Vale Próximo Texto: Inquérito sobre massacre indiciará civis Índice |
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