São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996 |
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Governo barra acordo sobre emenda
DENISE MADUEÑO
O governo insiste em tentar modificar a emenda, aprovada em primeiro turno, contrariando os líderes dos partidos governistas. Os partidos que apóiam o governo (PFL, PSDB, PMDB, PPB e PTB) e a oposição concordam em não apresentar DVSs (destaques para votação em separado). Sem os destaques, a emenda passaria por apenas uma votação e seguiria para o Senado. A votação da emenda da Previdência está marcada para hoje. Mas o governo não quer retirar os nove destaques que já apresentou. Os líderes governistas afirmam que modificar a emenda agora é "inútil" e "inócuo", porque o exame da reforma vai recomeçar do zero no Senado. "Não temos motivo para retirar os destaques e jogar tudo para o Senado. Temos que fazer nosso esforço", disse o líder do governo na Câmara, Benito Gama (PFL-BA). "O governo está sendo incoerente. O presidente Fernando Henrique Cardoso disse que a oposição usa mecanismos para impedir votações e o desenvolvimento do país, mas atrapalha o acordo para a retirada dos DVSs", disse o deputado Humberto Costa (PT-PE). O líder do PMDB, Michel Temer (SP), um dos negociadores do acordo, vai tentar convencer o governo a retirar os destaques. Com os destaques, o governo pretende recuperar pontos modificados pela oposição, durante a votação em primeiro turno. Para manter os dispositivos como defendem, a oposição terá de reunir 308 votos dos 513 deputados. Os oposicionistas não querem correr esse risco. Mas, se mantiver seus DVSs, o governo terá de conseguir votos para manter o que a oposição quer mudar. "Sem o acordo, vamos ficar arriscando a ganhar uma, e o governo, outra. O desgaste é mútuo", disse o deputado Eduardo Jorge (PT-SP). A oposição tem sete destaques que podem modificar radicalmente a proposta. Texto Anterior: A regulamentação nas telecomunicações Próximo Texto: Bresser quer mudar relatório de Moreira Índice |
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