São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996
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Excesso de leis faz SP adotar o vale-tudo

DA REPORTAGEM LOCAL

Nos estabelecimentos comerciais de São Paulo a regra que existe hoje em relação ao fumo é a do vale-tudo: há empresas e shoppings com fumódromo, restaurantes que proíbem cigarro, outros com áreas de fumantes e há aqueles que liberam o fumo.
A Folha percorreu ontem restaurantes, shoppings e empresas. Na maioria, ainda não havia a proibição total de fumantes.
"Instalamos o fumódromo há dois anos, muito antes dessa polêmica", disse o supervisor-geral da Multicanal, Omar Gazel Filho.
A empresa ocupa três andares de um prédio no Morumbi e tem dois fumódromos, um no segundo piso e outro no terceiro. "Aqui é arejado e não incomoda ninguém", disse Ana Lúcia de Oliveira, 27, analista de atendimento, que ontem fumava um cigarro no 2º piso.
"Não chega a incomodar porque é perto de onde nós trabalhamos. Além disso, aqui o cheiro vai embora", afirmou Cássia Maranesi, 29, analista de atendimento.
Nos shoppings, a reclamação mais comum é a longa distância que o fumante tem que percorrer para chegar ao fumódromo.
"O problema é que, como só há uma sala para fumante, a gente tem que estar com muita vontade de fumar para vir até aqui", disse a estudante Francesca Moraes, 17, ontem na sala de fumantes do shopping Ibirapuera (zona sul).
"E o pior é o cheiro desse lugar", acrescentou a vendedora Débora Pereira, 19, que dividia o banco com Francesca. Débora trabalha no shopping e é obrigada a sair da loja três vezes ao dia para fumar. "Acabo fumando menos."
Nos restaurantes, muitos fumantes preferem fumar do lado de fora para evitar problemas com os donos. "Não quero incomodar ninguém", disse Leonardo Bitar, na porta de um restaurante ontem, nos Jardins.

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