São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996 |
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Desapropriação de imóveis é cancelada
DA REPORTAGEM LOCAL A Prefeitura de São Paulo desistiu do projeto de desapropriação dos imóveis vizinhos ao parque Ibirapuera.Ontem, o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Werner Zulaf, anunciou a "suspensão" do projeto. Segundo ele, "as desapropriações serão debatidas com a sociedade e analisadas pelos técnicos da prefeitura". A Folha apurou, porém, que o prefeito Paulo Maluf determinou ao secretário que a proposta fosse esquecida. O prefeito ficou irritado com a repercussão do caso e culpa Zulauf. O secretário teria assumido, sem consultá-lo, a questão das desapropriações, idealizada pelo arquiteto Oscar Niemeyer no Plano Diretor Ibirapuera. O prefeito entende que o alto custo das indenizações inviabiliza o projeto. Tombamento A medida atingiria 88 imóveis e dois terrenos. Seriam afetadas casas das avenidas República do Líbano e Quarto Centenário e das ruas Leiria, São Giustu e Doutor Sarmento. Segundo avaliação de especialistas do mercado imobiliário, as desapropriações custariam cerca de R$ 78 milhões para a prefeitura. Só as indenizações na República do Líbano ficariam em torno de R$ 36,8 milhões. Assessores da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente haviam dito que, para diminuir os custos, a prefeitura faria, primeiro, o tombamento dos imóveis. Isso provocaria a desvalorização das casas. Os proprietários comemoraram a desistência. "Estamos aliviados", afirmou Avediz Karabchian. "Já havíamos marcado uma reunião para discutir as medidas necessárias para impedir esse absurdo", disse. "Ainda bem que prevaleceu o bom senso." "Sabia que isso ia acontecer, devido à incompetência jurídica do projeto", disse o representante comercial José Luiz Rodrigues. "Fazer o tombamento dos imóveis para provocar a desvalorização, como foi anunciado, é o cúmulo da prevaricação." Projeto O projeto prevê também a construção de uma garagem subterrânea sob o obelisco e de um teatro. Com teto removível e capacidade para 30 mil pessoas (com a cobertura aberta), o auditório custaria R$ 10 milhões. O secretário disse que todo o projeto foi suspenso. "Vamos publicá-lo no 'Diário Oficial' para que a sociedade possa discutir e apresentar sugestões", afirmou. A construção da garagem e do auditório não foi descartada pelo prefeito. As licitações podem ser abertas ainda este ano. Texto Anterior: Liminar quer reduzir morte em trem Próximo Texto: Para Niemeyer, casa atrapalha Índice |
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