São Paulo, quarta-feira, 17 de julho de 1996 |
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Ação do Bamerindus é suspensa pela 3ª vez
MILTON GAMEZ
A Bovespa pediu ao Bamerindus explicações sobre uma possível divulgação de nota conjunta com o Banco Central sobre a instituição -notícia divulgada pela agência Globo e desmentida, mais tarde, pelo BC e pelo Bamerindus. Ontem, especulações sobre a liberação de recursos oficiais para o Bamerindus rondaram as Bolsas. Para os operadores, seria imoral, mas não uma surpresa se o presidente do BC, Gustavo Loyola, assinasse medida autorizando o uso de recursos do Proer (programa oficial de apoio aos bancos) para o saneamento do Bamerindus. Embora Loyola tenha dito que não liberaria dinheiro do Proer para bancos sem que houvesse transferência de controle acionário dos mesmos -como manda a lei-, o presidente do BC já voltou atrás em declarações sobre o tema. No dia 21 de dezembro, Loyola disse, em São Paulo, que o BC não iria liberar dinheiro do Proer para o Excel Banco comprar o Econômico, então sob intervenção. Os R$ 3,5 bilhões sacados pela instituição baiana no redesconto já eram mais que suficientes, disse. Em janeiro, porém, o BC autorizou um empréstimo de R$ 5,6 bilhões do Proer para a operação Excel-Econômico. No caso do Bamerindus, liberar dinheiro do Proer sem exigir a saída do senador Andrade Vieira do negócio seria não só uma quebra de palavra, mas também um desrespeito à circular 2.633, que regulamentou o socorro aos bancos. "À luz da lei, não vejo como dar dinheiro do Proer sem troca de controle acionário", diz Cláudio Lellis, diretor do Banco Pontual, que comprou o Martinelli sob as regras do Proer. Schulman Também o presidente do conselho de administração do Bamerindus, Maurício Schulman, critica o uso do Proer apenas para fusões de bancos com problemas desde a implementação do programa. Em 17 de novembro, Schulman disse que "se, para candidatar-se ao Proer, os controladores e administradores do banco incorporado terão que abandonar o mercado por exigência do BC, então não haverá fusões espontâneas". Schulman, que é presidente da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), foi desmentido pelos fatos. O BCN, na semana passada, fundiu-se ao Itamarati sem recorrer ao Proer. Na época da declaração, Schulman foi criticado por seus pares. Ele estaria falando em causa própria, e não em nome do setor. Ontem, procurado pela Folha, Schulman não deu entrevista. Texto Anterior: DM9 desiste da campanha da CEF Próximo Texto: Governo vê banco como insustentável Índice |
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