São Paulo, quarta-feira, 7 de agosto de 1996
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Desabamento na favela Nova República matou 14

CLAUDIO CORDEIRO
DO BANCO DE DADOS

O desmoronamento de um aterro ilegal provocou a morte de 14 moradores, sendo 12 crianças, da favela Nova República, no Morumbi (zona sul de São Paulo), no dia 24 de outubro de 1989.
Um barranco de 80 metros de altura desmoronou e soterrou 32 dos 120 barracos da favela.
O terreno estava sendo aterrado para receber as obras de um condomínio de alto padrão. A obra estava embargada pela prefeitura.
Erundina disse que a prefeitura já havia multado os proprietários várias vezes e exigido a construção de um muro para evitar o soterramento. O proprietário do terreno, o responsável pelo aterro e quatro funcionários da prefeitura foram condenados pela Justiça em junho de 93.
Hoje o mato tomou conta do local. Os moradores foram transferidos para prédios da Cohab, à beira da rodovia Raposo Tavares.
Heliópolis
Quatro pessoas, entre elas uma criança e um recém-nascido, morreram durante um incêndio em um prédio semiconstruído da Cohab na favela de Heliópolis (zona sul), a maior de São Paulo, no último dia 17 de junho.
O prédio integrava um conjunto da Cohab que tinha sido invadido pelos moradores da favela.
O prefeito Paulo Maluf responsabilizou a Justiça e o vereador do PT José Mentor pelo acidente, por terem impedido que a prefeitura retirasse judicialmente do prédio os moradores irregulares.
O prefeito visitou o local no dia seguinte ao acidente. Moradores tentaram agredi-lo, e a polícia teve de intervir.
Os desabrigados se recusaram a ser remanejados para um alojamento em Santa Etelvina (zona leste) depois do acidente.
93 mortos
O vazamento de gasolina por um duto rompido da Petrobrás causou o incêndio que matou oficialmente 93 pessoas na favela de Vila Socó, em Cubatão, na madrugada do dia 24 de fevereiro de 84.
Os moradores dormiam na hora do acidente. A vila, construída sobre o duto, tinha cerca de 6.000 moradores.
Um emaranhado de pequenas pontes ligava os barracos. Durante o incêndio, as pessoas trombavam e caíam. Segundo um sobrevivente, "quem caía ficava". O local foi reurbanizado, e hoje tem o nome de vila São José. Ninguém foi responsabilizado.

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