São Paulo, quarta-feira, 7 de agosto de 1996
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Golden Cross quer ser só seguradora

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Golden Cross quer acabar com todos os seus planos de saúde e se transformar em uma empresa exclusivamente seguradora, diz Luiz Eduardo de Lucena, presidente da empresa.
"Queremos ficar longe de confusão", diz. Os preços dos planos de saúde, que estão fora do controle do governo, são mais vulneráveis à contestação de entidades de defesa do consumidor.
Um exemplo são os reajustes concedidos em abril passado, que ainda não estão vigorando porque estão sendo analisados pelos ministérios da Justiça e da Fazenda.
Os aumentos dos seguros -que ele prefere chamar de "reajustes"- dependem de autorização da Susep (Superintendência de Seguros Privados), ligada à Fazenda.
A burocracia acaba sendo uma vantagem, segundo Lucena, porque é uma garantia contra as contestações. "Só conseguimos o reajuste (nos planos) provando o aumentos dos nossos custos", diz.
Os seguros têm a desvantagem de pagar imposto de 20%, enquanto os planos de saúde são isentos. Mesmo assim, Lucena diz que os seguros são mais vantajosos.
Inversão
Outra vantagem dos seguros é a possibilidade de atuar em outros mercados. Em 97, a empresa pretende lançar um seguro para veículos. Hoje, os produtos são mais ligados a pessoas, como seguro-saúde, seguro de vida e plano de previdência privada.
A Golden Cross atua como seguradora desde 1988 e hoje não vende mais planos de saúde, só seguros. O faturamento anual da empresa é de R$ 1 bilhão.
Os segurados são 40% do mercado da Golden Cross, enquanto os planos de saúde ocupam os outros 60%. Para o próximo ano, a intenção é inverter essa proporção.
A empresa mantém planos de saúde para os antigos clientes, que têm garantia legal de permanecer nessa situação.
A estratégia da Golden Cross segue também a tendência de crescimento do setor de seguros, que faturou R$ 14 bilhões em 95 -contra R$ 6 bilhões em 93.
Reembolso
O SUS (Sistema Único de Saúde) e os hospitais particulares poderiam estar recebendo dinheiro dos seguros particulares hoje, afirma o presidente da Golden Cross.
O reembolso é previsto em um projeto de lei que tramita no Congresso para casos de atendimento, na rede pública, de pessoas que têm seguros particulares. Segundo Lucena, não é preciso a aprovação do projeto para que a despesa seja cobrada das seguradoras.

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