São Paulo, quarta-feira, 7 de agosto de 1996
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Aliens dão papel principal a Pullman

ELAINE GUERINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Diante da invasão alienígena, Bill Pullman, 42, aposenta os personagens inexpressivos. O ator vive o presidente dos EUA que lidera o contra-ataque da Terra e impede a extinção da espécie humana.
Em "Independence Day", Pullman tem, pela primeira vez em sua carreira, um papel principal. Ele viveu o noivo rejeitado em "Sintonia de Amor", o pai atrapalhado em "Gasparzinho" e o sujeito tímido que não consegue se declarar a Sandra Bullock em "Enquanto Você Dormia".
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista exclusiva que o ator concedeu à Folha.
Folha - Como conseguiu o papel em "Independence Day"?
Bill Pullman - Eu tive de convencer o diretor e os produtores do filme. Eles queriam que eu interpretasse o David, o papel que acabou nas mãos de Jeff Goldblum. Mas, quando li o roteiro, gostei do presidente e não do sujeito que vomitava ao viajar de avião.
Folha - Como foi interpretar um protagonista em uma superprodução, tendo a carreira marcada por papéis secundários?
Pullman - Mesmo não tendo feito papéis de destaque, não vejo os meus personagens anteriores como pessoas fracas.
Folha - Mas, desta vez, você vive o presidente dos EUA que acaba salvando o planeta...
Pullman - Por esse lado, foi uma mudança considerável. Sempre soube que teria de parecer durão para convencer como presidente. Mas decidi lutar pelo papel e consegui. Seria doloroso se, ao entrar em cena, eu me perguntasse: os outros atores não deveriam estar olhando para mim agora?
Folha - Como se preparou, principalmente para fazer os discursos?
Pullman - Busquei inspiração em uma coleção de CDs com os melhores discursos de todos os tempos. O que mais me impressionou foi o de Robert Kennedy, logo depois do assassinato de Martin Luther King. Kennedy teve de encontrar as palavras certas, teve de fazer sentido. E não teve tempo para se preparar.
Folha - Como foi seu encontro com Bill Clinton?
Pullman - Foi incrível. Ele nos recebeu na Casa Branca para uma sessão especial de "Independence Day". Como havia umas 30 pessoas da nossa equipe, eu tentei evitá-lo de tanto nervosismo. Mas, na hora do jantar, não teve jeito.
Enquanto as outras pessoas foram direto ao salão, Bill Clinton me levou para o seu escritório particular, onde poucos entram. Ele tentou me deixar à vontade, mostrando uma coleção de objetos que pertenceram a outros presidentes. Confesso que fiquei nervoso. Senti como se estivesse vivendo o primeiro encontro de minha vida.
Folha - O que Bill Clinton disse sobre o filme?
Pullman - Ele gostou. Brincou comigo dizendo que seguiria o meu exemplo e tomaria aulas de vôo. Tive medo de que ele achasse falhas na minha atuação. Por um lado, um presidente não pode parecer muito emocional para que isso não se confunda com fraqueza. Mas, por outro, um filme precisa de emoções e sentimentos.

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