São Paulo, quarta-feira, 7 de agosto de 1996
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Acordo afasta ameaça a eleições na Bósnia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Croatas e muçulmanos concordaram em formar o governo da cidade de Mostar, encerrando uma crise que ameaçava o processo de paz na Bósnia.
O acordo foi atingido após três dias de negociações tensas. A União Européia ameaçava retirar sua missão civil da cidade se os croatas não aceitassem o resultado das eleições locais, vencidas pelos muçulmanos em 30 de junho.
O pleito em Mostar foi considerado uma preparação para as eleições gerais na Bósnia, marcadas para 14 de setembro.
A primeira sessão do conselho municipal deve ocorrer amanhã. Os membros do órgão vão eleger um prefeito e um vice-prefeito.
"Claro que ainda há muitos problemas, mas acredito que um grande passo foi dado", disse Mijo Brajkovic, prefeito da parte oeste da cidade, dominada por croatas.
As forças croatas e muçulmanas da Bósnia travaram uma guerra de dez meses, em 1993 e 1994. Um dos focos do conflito foi Mostar.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Klaus Kinkel, disse que o acordo é um passo importante para a reconciliação nacional.
"Bósnios e croatas devem aprender a lição dada pela decisão de hoje e aplicá-la aos problemas regionais que ainda têm de ser resolvidos", disse.
Os Estados Unidos e países da Europa pressionaram o governo da Croácia para garantir que o acordo fosse aceito.
Os croatas registraram queixa no tribunal constitucional da Bósnia, sob a alegação de que houve irregularidades em um posto eleitoral para refugiados na Alemanha.
Um representante da UE concluiu que as irregularidades foram muito pequenas para afetar o resultado da eleição.
O julgamento da queixa deve ocorrer após as eleições de 14 de setembro. Os croatas garantem que vão respeitar a decisão.
Violência
Oficiais da Otan, que mantém uma força na Bósnia para garantir a implementação do acordo de paz, disseram que três disparos foram efetuados na madrugada de ontem contra um veículo da polícia muçulmano-croata. Também ocorreram duas explosões.

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