São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996 |
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Charme carioca emplaca nas pistas de SP Ritmo é baseado no "swing" americano EVA JOORY
A denominação, que só existe no Brasil, vem da própria palavra charme e indica sedução, tanto no ritmo como na dança. Dois lançamentos confirmam o hype: "Casino Disco Club - O Som do Charme", da gravadora Top Tape, e "R&B Connection - Charme Essencial", da Continental. Os discos reúnem nomes consagrados do gênero, como Brandy, Jordan Hill, Truce, Mark Morrison e Desire. O charme é um sucesso nos finais de semana no Rio de Janeiro, levando cerca de 2.000 pessoas aos tradicionais bailes nos subúrbios da cidade, onde a febre começou. Agora, já toma a zona sul carioca. Em São Paulo, o ritmo chega de forma um pouco mais tímida, em festas específicas como o Chic Show e Black Mad. O estilo, que se originou nos EUA e começa também a liderar as paradas inglesas, rotulado de "swing" (leia entrevista com produtor Michel Lascelles ao lado), chega ao Brasil mais sofisticado, misturado a ritmos diversos, como o rap, o reggae, o acid jazz e o hip hop. Uma pessoa dá os primeiros passos e os outros seguem igual. Durante a festa, diversos grupos se formam, pondo em prática suas coreografias e criando passos novos, de acordo com o ritmo. A festa de lançamento do CD "R&B Connection", organizada pela gravadora Continental no Rio no último dia 10, reuniu 1.300 pessoas na Fundição Progresso. Para Monica Castilho, 34, gerente de produto da Continental e responsável pela concepção do CD, a idéia do lançamento "é a valorização da música negra". "Queremos estabelecer uma conexão musical entre o que acontece no Rio e em São Paulo." Castilho pensa agora na festa que deverá acontecer em São Paulo em setembro, ainda sem data e local definidos. "Não queremos perder a essência do movimento. Por isso queremos fazer a festa num local onde os frequentadores tradicionais de baile charme se sintam à vontade." "Aqui todo mundo é igual", diz a modelo Fernanda Teodoro, 18, frequentadora assídua das noites de charme no Rio e presente na festa da Fundição Progresso. "Nas festas de charme não há violência nem drogas. Essa é a diferença com os bailes funk. Todo mundo está aqui só para dançar a noite inteira", explica. O ator Adriano Filizzola, 22, diz que gosta de charme porque "foge à regra do baticum dance": "É um ritmo mais suave, uma balada que incorpora nas pessoas e envolve num ritmo gostoso". Para a sua amiga, a modelo Grace Jones, 20, "é preciso ter molejo para saber dançar". A estilista Andréia Quadros, 33, podia ser vista num canto ensaiando os passos antes de se arriscar na pista: "É a primeira vez que venho num baile charme. Preciso aprender antes de me jogar na pista". Até o final de outubro, as gravadoras Continental e Top Tape prometem lançar CDs de grupos como Sa-Deuce, Changing Faces, Mark Morrison e Truce. Onde dançar charme: Chic Show - Clube da Cidade (r. Mário de Andrade 31, Barra Funda, tel. 011/825-9222), sábados das 21 às 5h, domingos das 19h às 23h Black Mad - Dama Xoc (r. Butantã, 100, Pinheiros, tel. 011/867-9967), quintas das 18h às 23h, domingos das 15h às 21h Texto Anterior: Pato Fu lança CD com show em SP Próximo Texto: Movimento flerta com funk e rap Índice |
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