São Paulo, sábado, 24 de agosto de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Reage Ribeirão pretende construir prisão
ALESSANDRA MARTINS
Essa é a primeira obra do movimento sem parceria com o poder público. O projeto já está finalizado, mas os líderes do movimento estão levantando o valor da obra. Segundo o projeto, o estabelecimento terá 42 celas com capacidade para quatro detentos. Ao todo, o presídio poderá abrigar 168. "Pelo nosso projeto, cedido pela Polícia Federal, o presídio será semelhante ao de segurança máxima", afirmou o empresário Benedito Nibi Ribeiro, 54, um dos líderes do Reage Ribeirão. Dentro de dez dias, deve entrar em funcionamento o "disque-doação", que vai arrecadar fundos para as obras. Além da cadeia pública, o Reage e outras entidades devem reformar e reestruturar a unidade da Febem (Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor) em Ribeirão Preto. Nesta obra, a diretoria da Febem também participa. Em abril, o governo estadual anunciou sua intenção de construir um presídio na cidade. Na época, representantes da Câmara Municipal e prefeitura se manifestaram contrários à sua instalação. Doação O movimento Reage Ribeirão vai pedir à administração municipal a cessão de um terreno para a construção da cadeia pública na cidade. O governo do Estado também vai ser procurado para participar. "Se fizermos uma campanha junto a empresários e população, o custo da cadeia será até dez vezes menor caso o Estado fizesse a obra sozinho", afirmou Nibi. O Reage Ribeirão também vai solicitar à prefeitura o empréstimo de mão-de-obra e a doação de material de construção civil. O Estado pode firmar convênio com o Reage Ribeirão para fazer a obra. No convênio, seriam definidas, após análise da secretaria, quais as funções de cada parte. Em Bragança Paulista, a população reformou a cadeia pública e passou a administrá-la. O Reage pode construir a cadeia por meio da campanha e doá-la ao governo estadual, que a administraria. O Reage Ribeirão está "exportando" seu conhecimento na campanha antiviolência para movimentos semelhantes do ABCD paulista e de São José do Rio Preto. O prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Palocci Filho, 35, foi procurado ontem para comentar o assunto, mas até as 18h30 não havia retornado as ligações. Texto Anterior: "Grampo" legal Próximo Texto: Movimento vai pedir ajuda à prefeitura Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |