São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 1996
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PT acusa uso de máquina pró-Pitta

PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O vereador Arselino Tatto (PT) apresentou ontem fotos que indicam possível uso de máquina da prefeitura em benefício de Celso Pitta (PPB), candidato malufista à sucessão paulistana.
As fotos, que Tatto afirma ter conseguido junto ao "Jornal de Pirituba", mostram tratores da Administração Regional de Perus preparando um terreno no morro Doce (zona oeste).
No dia 20 de agosto -segundo o vereador, um dia depois de concluídas as obras- foi realizado um comício pró-Pitta na área preparada.
A assessoria do candidato confirmou a realização do ato no dia e local indicados.
Proibição
O artigo 377 do Código Eleitoral proíbe o serviço de qualquer entidade subvencionada pelo poder público em benefício de um candidato ou partido.
A pena prevista para esse tipo de violação é de detenção de até seis meses e pagamento de multa.
Pedido
Tatto afirmou que, há três anos, moradores da região solicitavam melhorias na área.
"Era tudo mato, tudo sujo. Fizeram a praça de um dia para o outro, inclusive durante a noite", declarou.
Ele disse também que foram utilizados funcionários da regional no trabalho.
Na semana passada, o petista deu entrada em uma representação junto ao Tribunal Regional Eleitoral pedindo o "enquadramento do prefeito Paulo Maluf por prática de crime eleitoral".
Ontem, as fotografias foram enviadas à Justiça Eleitoral para serem anexadas ao requerimento.
"Ficou claro o favorecimento e a utilização indevida da máquina da prefeitura. Quero ver o que o TRE vai fazer", disse Tatto.
Outro lado
O secretário das Administrações Regionais, Arthur Alves Pinto, disse que, segundo o responsável pela Regional de Perus, Silvio Riszi, o episódio não passou de uma "coincidência".
"A alegação dele é a de que a comunidade pedia a limpeza da praça para a instalação de uma feira livre", explicou Pinto. "Depois que isso foi feito, fizeram o comício. Foi coincidência."
O secretário afirmou que, "até que provem o contrário, essa é a verdade".
"Por enquanto, o que vale, para mim, é a palavra do administrador."

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