São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 1996
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Líderes do PPB temem racha

VALDO CRUZ
DIRETOR-EXECUTIVO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Lideranças do PPB avaliam que o partido pode rachar se for tomada uma posição oficial contra a emenda da reeleição.
Cerca de 30 dos 91 deputados federais pepebistas podem não aceitar a decisão, segundo cálculos de parlamentares favoráveis a um novo mandato para o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Além dessas dissidências, segundo a Folha apurou, outras poderiam ocorrer entre os parlamentares que dizem se opor à tese de reeleição.
Na avaliação de lideranças do partido do prefeito Paulo Maluf, alguns deputados estão apenas tentando negociar favores com o Palácio do Planalto na hora de votar a emenda de interesse de FHC.
Os pepebistas não querem votar a emenda neste ano. Argumentam que já existe uma decisão da legenda vetando a participação em votações do assunto em 96.
A ala do partido ligada ao presidente FHC defende a votação da emenda em janeiro do próximo ano, durante uma convocação extraordinária do Congresso.
A escolha do primeiro mês do ano tem um motivo: a presidência da Câmara continuaria nas mãos de Luís Eduardo Magalhães (PFL), considerado um dos principais aliados de FHC no Congresso.
Saída de Dornelles
Os pepebistas têm discutido reservadamente o destino do partido depois das eleições municipais de outubro próximo.
O debate esquentou depois que o candidato malufista, Celso Pitta, disparou nas pesquisas de opinião em São Paulo. Pitta pode vencer já no primeiro turno, segundo a última pesquisa Datafolha.
O partido de Maluf não apoiou o presidente FHC durante a campanha presidencial, mas acabou aderindo ao governo. Em troca, ganhou um ministério, o da Indústria, do Comércio e do Turismo.
O ministro pepebista, Francisco Dornelles, já informou à cúpula do partido que deixará o governo se o PPB decidir não apoiar a emenda da reeleição.
Dornelles disse a líderes da legenda, entretanto, que vai trabalhar a favor da proposta que dá ao presidente FHC o direito de disputar um novo mandato.
A estratégia dos defensores da reeleição dentro do PPB será a seguinte: tentar mostrar que o apoio à emenda constitucional não significa declarar apoio desde já a uma nova candidatura de FHC.

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