São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 1996
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Atividade industrial cresce 6,9% em SP

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria paulista voltou a crescer no mês passado, revertendo a forte queda na atividade ocorrida em junho. Descontando-se os fatores sazonais, o INA (Indicador de Nível de Atividade) cresceu 6,9% em julho e superou em 13,8% o resultado de julho de 1995.
As vendas reais cresceram 6% em julho sobre junho. Os dados foram divulgados ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Em junho deste ano, o INA havia caído 7,65%. No acumulado dos primeiros sete meses de 1996, o resultado foi bastante positivo: alta de 11,86% sobre dezembro -quando a atividade econômica estava enfraquecida, tendendo à melhora- e de 0,8% sobre igual período no ano passado -quando o ritmo de produção estava no maior nível do Plano Real (veja gráfico).
O nível de emprego não acompanhou o de atividade: em julho, o número de pessoas ocupadas na indústria paulista caiu 9,7% sobre julho de 1995.
Semestre aquecido
Apesar do aquecimento da atividade industrial no mês passado, a Fiesp minimizou o resultado, por razões estatísticas: junho teve menos dias úteis (19) que julho (22).
Isso inflou um pouco o INA, disse Boris Tabacof, diretor do departamento de economia da entidade. Mas, no bimestre junho/julho (em que os dias úteis são iguais), o índice dessazonalizado ainda ficou positivo em 5,4% sobre o mesmo período de 1995.
Os setores mais aquecidos são os de bens de consumo, enquanto que os de bens de capital continuam em marcha lenta, diante da forte concorrência das importações, disse Tabacof.
"O segundo semestre será bem mais ativo. A economia vive de expectativas e os indicadores são todos favoráveis, exceto em alguns setores", afirmou.
Dentre os estímulos ao crescimento da economia no segundo semestre, Tabacof destacou o aquecimento das vendas de bens de consumo e de alimentos; a maior oferta de crédito pessoal, estimulada pelas medidas anunciadas ontem no setor de leasing e de consórcios; dissídios salariais importantes entre setembro e novembro (bancários, metalúrgicos, químicos, petroleiros) e o fim do ICMS sobre as exportações.
Um levantamento informal da Fiesp mostrou que, em agosto, o ritmo de atividades está mais aquecido nos setores de alimentos, têxteis, calçados, eletroeletrônicos, química e tintas. Perderam o pique empresas de autopeças e farmacêuticas. Ficaram estáveis as de plásticos, bebidas e papelão.

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