São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996
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População envelhece e cai o número de filhos por mulher

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

A população brasileira manteve o processo de envelhecimento já detectado nas pesquisas anteriores realizadas pelo IBGE.
Os idosos -pessoas com mais de 60 anos- já representam 8,3% da população do país. No levantamento feito em 1993, eles correspondiam a 7,7%.
Nesse período, a população do país passou de cerca de 148 milhões de pessoas para 152.374.603 -74,6 milhões de homens e 77,7 milhões de mulheres.
Entre os idosos, aumentou também o número de mulheres. Em 1993 elas eram 54,2% da população com mais de 60 anos. Hoje chegam a 55,1% do total.
As crianças com menos de 5 anos, que nos dados de 1981 apareciam como o maior grupo etário -correspondente a 13,4% da população-, em 1995 são 9,9% do total de brasileiros.
Fecundidade
A queda da taxa de fecundidade das mulheres brasileiras mostra que a tendência de envelhecimento da população não será revertida nos próximos anos.
O censo de 1970 mostrou que naquele período o número médio de filhos por mulher era de 5,76.
Em 1980, havia caído para 4,36. Os números da Pnad 1995 mostram que hoje o índice é de 2,52 filhos por mulher.
"A taxa de fecundidade continua caindo, agora em ritmo menos acelerado, mas estatisticamente ela ainda não está equilibrada", afirmou Juarez de Castro Oliveira, chefe da divisão de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE.
Casamento
Além de terem menos filhos, as mulheres também estão deixando de lado o casamento legalizado e partindo para uniões consensuais -sem vínculo legal.
No início da década de 80, 49,48% das mulheres em idade fértil (entre 15 anos e 50 anos) eram casadas. Em 1995, esse índice caiu para 41,6%.
Já o percentual de uniões consensuais cresceu bastante. Se em 1980 apenas 6,58% das mulheres em idade fértil mantinham uniões não legalizadas, em 1995, o índice subiu para 15,43%.
Mortalidade
A Pnad também apresenta uma estimativa para a taxa de mortalidade infantil (morte de crianças com até um ano de idade).
No início dos anos 70, eram registrados 100 óbitos para cada 1.000 nascimentos no país. Na década de 80, a taxa estava em 70 mortes para cada 1.000 nascimentos. Em 95, esse índice baixou para 42,5 óbitos em cada 1.000.
"Houve uma queda acentuada, mas os índices ainda são muito altos. No Japão, a taxa é de 9 óbitos por 1.000 nascimentos", afirmou Juarez Oliveira.

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