São Paulo, domingo, 15 de setembro de 1996
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Brasileiro morre mais jovem

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

A mortalidade por causa do consumo de álcool em São Paulo é menor do que em Nova York, mas é muito mais precoce: os brasileiros morrem mais jovens do que as americanos. O resultado é maior perda de anos potenciais de vida.
Tanto entre homens quanto entre mulheres de 20 a 29 anos, a taxa de mortes por beber demais é três vezes maior para os paulistanos do que para os novaiorquinos.
No caso de São Paulo, a maior incidência de óbitos acontece entre os 40 e os 49 anos. Nessa faixa etária, o coeficiente da taxa de mortalidade por 100 mil habitantes chega a 57,5 para os homens e a 6,4 para as mulheres.
No caso masculino, o resultado é quase igual ao de Nova York (55,3). Mas, no feminino, a taxa americana já é duas vezes maior do que a brasileira nessa faixa etária: 12,1/100 mil.
A incidência de casos novaiorquinos continua crescendo à medida que aumenta a idade em que as vítimas morrem.
O ápice é na faixa dos 50 a 59 anos, quando a mortalidade pelo álcool é 50% maior para os homens e três vezes superior para as mulheres norte-americanos em comparação com os brasileiros.
Não há pesquisas que indiquem a causa. Ela pode variar desde o tipo de bebida à desnutrição das vítimas, mas há algumas pistas: as pessoas começam a beber muito jovens no Brasil, entre 12 e 13 anos.
O único fato sabido é que boa parte dos dependentes brasileiros não resiste ao efeito prolongado da bebida e morre antes de chegar à terceira idade.
(JRT)

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