São Paulo, domingo, 15 de setembro de 1996
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Inadimplência afeta o custo

DA REDAÇÃO

O dono da Casas Bahia, Samuel Klein, confessou à Folha há duas semanas que 40% do dinheiro empregado no giro dos estoques é captado a 2,5% ao mês e que a rede cobra 6% de seus fregueses na venda a prazo.
Daí viriam os lucros e a expansão de sua rede. "Compro por 100 e vendo por 200", chegou a dizer o empresário, referindo-se à operação financeira.
Executivos de bancos dizem, entretanto, que o lucro nas operações de crédito não pode ser medido só pelo spread entre captação e empréstimo.
O lucro não seria tão grande, entre outros motivos, porque o credor -seja banco, financeira ou o próprio lojista- arca com o custo da inadimplência (falta de pagamento).
Assim, bons pagadores estariam pagando pelo calote dos outros, via taxa de risco embutida no custo final do crediário.
Além disso, o crédito seria encarecido por tributos (IOF pago antecipadamente, Cofins, PIS, Imposto de Renda etc.) e compulsórios (parte do dinheiro captado é recolhido ao Banco Central e não pode ser emprestado), além dos custos operacionais e administrativos.
Nos bens de maior valor, como carros, o juro é menor porque a garantia é maior, e o custo operacional, mais baixo.

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