São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 1996
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Populares são mais atingidos

DA REPORTAGEM LOCAL

Segundo a APDIF, os artistas brasileiros mais pirateados são os cantores populares Amado Batista, Roberta Miranda e a dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó.
Logo em seguida, vêm as trilhas sonoras de telenovelas e os grupos de pagode e de axé music, caso da Bamda Mel e do Gera Samba.
"Infelizmente, sou um dos premiados nessa história. Fico indignado com isso", diz Amado Batista, 31. "O maior prejudicado não é o artista, mas quem deixa de ganhar com os impostos. É o governo que tem que agir."
No ano passado, segundo ele, a fita pirata de seu disco saiu duas semanas antes do lançamento oficial da gravadora. "Acho que alguém de dentro da companhia fez isso", acredita.
O fato teria acontecido de novo este ano, apesar de a empresa ter demitido funcionários na tentativa de afastar os responsáveis.
Para Chitãozinho, 42, a pirataria é "um desastre." Ele conta que, em 1995, cerca de 40 mil CDs piratas da dupla, fabricados nos EUA e no Canadá, foram apreendidos.
"O que salva os artista são os shows. O pior é que, no Brasil, direito autoral já é um caso não explicado. A Polícia Federal tem que agir, investigar, até chegar aos produtores. Existem estúdios fabricando milhões de fitas e ninguém descobre", afirma.
A cantora Roberta Miranda, 41, classifica a pirataria de seus discos como "um roubo descarado". Ela diz procurar "educar seus fãs" e não dá autógrafos em fitas piratas.
"Digo que, se gostam de mim, não devem ajudar os outros a me roubarem. Quando vejo alguém vendendo essas fitas, levo embora, falo que vou chamar a polícia".
Na sua opinião, a Polícia Federal deveria fazer blitze, "recolher, buscar a causa".

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