São Paulo, sábado, 21 de setembro de 1996 |
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MAIS DEMOCRACIA Em que pese ainda a juventude da democracia brasileira e alguns episódios lamentáveis de manipulação e fraude que em certa medida podem ocorrer nas mais diversas regiões do país, é auspicioso observar que, em meio às campanhas para as eleições municipais, o Brasil continua a amadurecer politicamente. Citando um exemplo entre muitos que poderiam ser levantados, a discussão sobre o projeto apelidado de "Fura-Fila" mostrou que hoje não passam incólumes peças de propaganda que se mostram bastante inconsistentes. Após uma ascensão meteórica nas pesquisas, atribuída grandemente ao marketing, o candidato do prefeito Paulo Maluf, Celso Pitta, vê seus resultados de intenção de voto desinflarem à medida que as propostas específicas do candidato, além de vários aspectos da administração Maluf, vão sendo analisados mais detalhadamente por partidos políticos, pela imprensa e por especialistas. A pequena cidade alemã de Essen, citada como exemplo do "Fura-Fila" por Pitta, foi visitada pela Folha, que constatou que a experiência lá feita, além de extremamente modesta, é considerada inviável e está prestes a ser desativada. O essencial é que já não se pode, ao menos em cidades como São Paulo, dizer qualquer coisa à sociedade apenas no intuito de ganhar votos. Há já uma certa vigilância, que obriga a um mínimo de respeito para com a população. O mesmo raciocínio pode ser aplicado à campanha de Francisco Rossi, candidato que saiu prometendo acabar com todos os menores de rua num prazo de 180 dias, o que, obviamente, é altamente improvável. Desses episódios, o fundamental a constatar é que o avanço da democracia conduz a um saudável debate que explicita opções e depura versões propagandísticas. Texto Anterior: ATRÁS DO EMPREGO PERDIDO Próximo Texto: DEFLAÇÃO É BOM? Índice |
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