São Paulo, domingo, 29 de setembro de 1996 |
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Incontinência urinária deve ser tratada Preconceito começa a ser superado AURELIANO BIANCARELLI
Medicado, o paciente poderia levar uma vida normal. Diferente do que se imagina, não se trata de um problema reservado aos idosos. Cerca de 12% das mulheres adultas e 15% das crianças acima de cinco anos sofrem de incontinência urinária. O problema não está na falta de medicamentos, mas no preconceito que ainda prevalece entre os pacientes. "Só agora as mulheres estão criando coragem de falar sobre a incontinência urinária", disse Pierre Teillac, secretário-geral da Sociedade Européia de Urulogia. A maioria delas esconde o que acontece. Prefere fugir dos compromissos sociais, das viagens e da academia de ginástica. Outras carregam escondidos na bolsa fraldas ou absorventes que trocam ao longo do dia. Algumas vivem aterrorizadas pela idéia de que o colega de trabalho possa sentir o odor da urina. "Uma visita ao médico conduzirá a um tratamento que pode acabar com esse sofrimento e desconforto", diz Carlos D'Ancona, urologista da Unicamp (Universidade de Campinas). Segundo o médico, a incontinência tem várias causas, uma delas são as múltiplas gestações. Mas há mulheres adultas com nenhum ou poucos filhos que também padecem de perda de urina. Nas crianças acima de cinco anos, a incontinência urinária pode se transformar em sério problema sócio-emocional. "O menino ou menina que faz xixi na cama não tem mais coragem de dormir na casa dos amiguinhos e não participa mais dos acampamentos da escola. Vai ser chamado de mijão." Na maioria das vezes, as razões da incontinência na criança são orgânicas, não psicológicas. Quando o menino ou menina não é tratado, acaba se transformando em adolescente ou adulto inseguro, afirma o médico. Entre os idosos, 25% a 50% sofrem de perda de urina. (AB) Texto Anterior: UNE vai à Justiça contra o 'provão' Próximo Texto: Médicos lançam cruzada contra o cigarro Índice |
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