São Paulo, domingo, 29 de setembro de 1996
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Mercosul e globalização

ÁLVARO ANTÔNIO ZINI JR.

O Mercosul é uma união aduaneira entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, signatários do Tratado de Assunção de 1991. Em um acordo desse tipo as partes oferecem melhores condições comerciais para os integrantes do grupo e adotam tarifas externas comuns para os países não-membros. Se o acordo se mostrar vantajoso, o grupo caminha para um mercado comum, como a Europa o fez, podendo depois evoluir para uma integração maior, com a adoção de uma moeda única.
Paralelamente, o mundo vem passando pela globalização que representa o crescimento acelerado do intercâmbio econômico, político e cultural via instituições da economia de mercado. Esse processo irrefreável, movido pela informática, por tecnologias novas e pela desregulamentação dos mercados, pode ameaçar as culturas nacionais por ser apátrida e darwinista.
Uma das formas de preservar alguma margem de manobra no capitalismo global é buscar alianças em blocos regionais. Nesse sentido, o Mercosul é uma das iniciativas mais bem sucedidas da diplomacia sul-americana, pois formou um bloco econômico e reduziu as tensões preexistentes. Com a entrada do Chile e da Bolívia, o Mercosul será um bloco com 227 milhões de habitantes, renda per capita de US$ 4 mil e um PIB de US$ 912 bilhões (que pode alcançar US$ 1,6 trilhão em 2005).
Em sua fase inicial o acordo permitiu grande crescimento do comércio intra-regional. Mas sua força futura é ter constituído um bloco político promissor, que pode evoluir para um mercado comum. Ainda falta um bom caminho para isso, mas o sucesso inicial é maior do que se julgava.

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