São Paulo, quinta-feira, 2 de janeiro de 1997
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Posse de Conde no Rio vira comício de Maia

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

Rei Momo, bandinha com hino de campanha, artistas em pernas-de-pau, lágrimas e muitos empurrões: o ato oficial de transmissão do cargo ao novo prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde (PFL), virou comício de lançamento da candidatura do ex-prefeito Cesar Maia ao governo do Estado em 1998.
Assim que Maia desceu as escadarias do Palácio da Cidade, em Botafogo (zona sul), após passar a prefeitura ao seu sucessor, cerca de 20 cabos eleitorais, com bandeiras com a inscrição "Cesar Maia 98", o cercaram, e a banda começou a tocar a música da sua campanha eleitoral de 1992.
"Cesar Maia/verdadeiro amigo/Cesar Maia/verdadeiro irmão", cantavam alguns.
Um misto de bloco de Carnaval e passeata, sempre cantando o jingle, acompanhou o ex-prefeito até o carro. Suado, vermelho, Maia chorou. Secretários, parentes e ex-assessores também.
Mesmo no tumulto, Maia ainda conseguiu ensaiar parte do discurso para 1998. "A prefeitura me deu experiência para que eu venha a prosseguir ainda melhor em benefício de minha cidade e do meu Estado", disse.
O ex-prefeito disse "estar muito emocionado com o carinho das pessoas". Ele afirmou ter aconselhado Conde a cuidar primeiro da família e, depois, da política. "Não há político bem-sucedido sem apoio forte na família", afirmou.
Conde
O prefeito Luiz Paulo Conde disse que começará a estudar mudanças na Lei de Concessões e na Lei de Loteamentos, para enviar propostas de mudanças à Câmara Municipal. Ele também revelou, no discurso de posse, no Legislativo, antes das transmissão de cargo, disposição de apoiar emendas à Lei Orgânica do Município.
"Mudanças na Lei Orgânica são o que se pode chamar de agenda mínima e inicial para firmar entre Câmara e governo uma relação produtiva que, por meio dos partidos, fortaleça o Poder Legislativo e viabilize soluções para o Rio."
A cerimônia de posse atrasou por causa da disputa em torno da Mesa Diretora da Casa. A chapa vitoriosa, encabeçada por Sami Jorge (PDT), derrotou, por 31 votos a 11, uma aliança do PT com o PPS, parte do PDT e dissidentes do PPB e do PSDB, que apoiaram a candidatura de Rogéria Bolsonaro (PPB) à presidência.
Houve bate-boca quando o vereador que presidia a sessão, Eduardo Paes (PFL), tentou encaminhar a votação sem o discurso de representantes das chapas.
Mesmo com a segunda bancada, o PT perdeu a primeira-secretaria para a "Frente Progressista Rio 2004", formada por 13 parlamentares.

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