São Paulo, quinta-feira, 2 de janeiro de 1997
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Bumba-meu-boi busca reconhecimento

IRINEU MACHADO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

O Boizinho Barrica, grupo maranhense especializado em ritmos do bumba-meu-boi (tradição folclórica do Maranhão), se prepara para buscar a conquista do mercado nacional em 97, na mesma trilha do Carrapicho e seu boi-bumbá.
Com cinco discos independentes gravados em 11 anos de carreira, o Boizinho Barrica recebe mais convites para se apresentar no exterior do que no Brasil.
"É uma questão apenas de ser descoberto", afirma José Pereira Godão, 38, criador do grupo, que vai lançar dois CDs em 97.
Só nos últimos quatro anos, o Barrica enriqueceu seu currículo com apresentações em palcos da Alemanha, Argentina, Coréia do Sul, Canadá, França, Japão, Estados Unidos e Grécia.
"Ao invés de investir em festivais internacionais, agora vamos nos voltar para a nacionalização", diz o produtor Jeovah França, 38.
O grupo tenta afastar o rótulo de "música folclórica", mas promete não "pasteurizar" sua mistura de ritmos para conquistar o país.
"A música regional vai se enclausurando e, muitas vezes, precisa vir um estrangeiro nos descobrir para que depois tenhamos reconhecimento em nosso próprio país", diz Godão.
Consagrado em São Luís mesmo sem espaço nas rádios, o Boizinho Barrica é parte da Companhia Barrica Teatro de Rua, que agrupa artistas e produtores culturais em espetáculos baseados em folguedos e brincadeiras de rua.
O projeto lembra o que faz o Olodum em Salvador. Uma oficina cultural com aulas semanais prepara seus futuros integrantes.
A versatilidade de seus integrantes -dois cantores, 16 percussionistas, seis músicos de adorno, 20 dançarinos e seis produtores- dá ao grupo dupla identidade.
No Carnaval, o Boizinho Barrica se transforma em Bicho Terra, com os mesmos músicos e dançarinos, mas agora em ritmos carnavalescos.
Os cinco discos do grupo juntos venderam até hoje cerca de 30 mil cópias no Maranhão, mas é nos shows que o Barrica fatura mais. Com cachê entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, o grupo tem agenda cheia no Maranhão todo junho (o bumba-meu-boi é típico das festas juninas) e no Carnaval.

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