São Paulo, quinta-feira, 2 de janeiro de 1997 |
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Mais democracia direta
FERNANDO RODRIGUES Brasília - Sem tocar no debate sobre fazer ou não uma consulta popular para decidir sobre a reeleição para FHC -afinal, é uma revista britânica-, "The Economist" defende a democracia direta em sua última edição.Para a revista, a democracia criou suas raízes no século 19. No século 20, a democracia representativa tornou-se a melhor opção de governo. Para o século 21, a saída seria deixar que a democracia fosse exercida na sua integridade, com os eleitores sendo consultados cada vez mais. A seguir, trechos da revista: "No final dos anos 90, muita gente está percebendo que é tão bem (ou tão mal) equipada quanto as pessoas que foram eleitas para tomar a maioria das decisões políticas no Congresso. Os eleitores têm tanta educação quanto têm os congressistas, têm quase o mesmo acesso às informações importantes e a mesma chance de estar arriscando quando tentam julgar corretamente as coisas. Quanto mais continuar a expansão econômica deste século, e quanto mais ampla for a revolução da informação, maior será a parcela da população que considerará verdade o que foi dito nos parágrafos anteriores". Por tudo isso, "The Economist" acha que não faz sentido países que desejam ser desenvolvidos se resignarem apenas com o sistema de democracia representativa. O Congresso é bom. Mas não é tudo. Temos hoje uma eleição a cada quatro anos. É só uma chance a cada quatro anos para corrigir o que os políticos fazem errado. A revista diz, com bom humor, que seria o mesmo que ir ao supermercado fazer uma grande compra só uma vez a cada meia década. Se depois de um mês o consumidor perceber que comprou a bolacha errada, terá de se conformar com isso. E esperar alguns anos até a data de uma nova compra. A conclusão: "A política moderna é muito melhor conduzida com visitas regulares de rotina ao centro de votação oferecido pela democracia direta". Muita gente pode discordar. Até dizer que é utopia de início de ano. Mas que faz um sentido enorme, isso faz. Texto Anterior: A felicidade mora em Goiás Próximo Texto: A volta por cima Índice |
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