São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Polícia de SP vai investigar funcionários 'fantasmas'

Ministério Público estadual pediu abertura de inquérito

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia vai investigar o caso de Cândido Vaccarezza, secretário-geral do PT, que durante parte do ano passado foi funcionário "fantasma" do gabinete da Presidência da Câmara Municipal de São Paulo.
O Ministério Público estadual, por intermédio do promotor Paulo Roberto Salvini, solicitou ontem a abertura de inquérito policial para apurar a situação de Vaccarezza e de outros "fantasmas" abrigados na Câmara paulistana.
O delegado Choji Myaki, titular da 1ª seccional de Polícia em São Paulo, é o encarregado de comandar o inquérito. Myaki tem prazo legal de um mês, prorrogável por mais trinta dias, para concluir a apuração.
No ofício em que pede a abertura do inquérito policial, Salvini solicita que seja apurada a existência ou não de "ilícito penal contra o patrimônio público municipal". O promotor sugere ainda a identificação dos agentes públicos responsáveis pelos atos.
Lista
Salvini sugere um roteiro para o inquérito policial. Entre outras providências, pede que seja solicitada à presidência da Câmara paulistana a relação de funcionários públicos que estão comissionados no local e se está em andamento alguma sindicância interna para apurar os fatos.
O Ministério Público quer ainda que a Câmara forneça a carga horária e o salário de cada um dos suspeitos de trabalho "fantasma" e quem era responsável pela fiscalização e pelo pagamento dos salários dos envolvidos no caso.
Na área civil, o promotor Mário Tebet foi designado para acompanhar as investigações.
O caso Vaccarezza foi revelado pela Folha no final do ano passado. Além do seu secretário-geral nacional, o PT acomoda em seus gabinetes na Câmara outros militantes que, pagos pelos cofres públicos, trabalham para personalidades do partido ou mesmo na máquina burocrática petista.
A direção do PT foi comunicada pela reportagem sobre a abertura do inquérito policial, mas até as 18h de ontem não se manifestou sobre o caso.
Vaccarezza, que é médico concursado da Prefeitura de São Paulo, entrou anteontem com pedido de licença do funcionalismo sem remuneração. Atualmente, ele está comissionado no gabinete do vereador petista Arselino Tatto.

Texto Anterior: A conta da especulação
Próximo Texto: UDR ameaça recorrer à violência
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.