São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997
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CRM apura se afastamento de médicos prejudica atendimento

Médicos são acusados de cobrar para atender pacientes do SUS

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Conselho Regional de Medicina (CRM) vai apurar se o afastamento de 40 médicos do hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, comprometerá o atendimento ao público.
Os médicos foram afastados anteontem pelo empresário Antonio Ermírio de Moraes, dirigente do hospital, acusados de cobrar por fora para atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Nenhuma investigação até agora comprovou a culpa dos médicos. As denúncias estão sendo apuradas pelo CRM, pelo Ministério Público Federal e pela Secretaria de Estado da Saúde.
"Há fortes indícios de irregularidades, mas não existe nenhuma acusação formal", disse o vice-presidente do CRM, Henrique Carlos Gonçalves.
Segundo a coordenadora do Disque-SUS (serviço que recebe denúncias sobre o sistema), Elza Ferreira Lobo, uma comissão de auditoria do Ministério da Saúde e da Secretaria da Saúde começou a ouvir os médicos envolvidos em supostas irregularidades este mês.
Ela disse também que, de outubro a dezembro do ano passado, o serviço recebeu 258 denúncias, 149 das quais contra médicos da Beneficência Portuguesa.
Desses casos, 102 possuem documentos que podem provar fraudes, e 60 pessoas foram ouvidas. A coordenadora afirmou que quem comprovar que foi lesado por médico do SUS terá a importância paga indevidamente devolvida.
O diretor-clínico da Beneficência Portuguesa, João Carlos Salvestrin, não quis dar entrevista à Folha. Antônio Ermírio de Moraes foi procurado em suas empresas, mas estaria viajando.
(MT)

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